Uma grande quantidade de homens tem a saúde prejudicada por causa de tabus relacionados à saúde masculina. “Os homens são mais resistentes à ideia de ir regularmente ao médico e, por isso, acabam descobrindo doenças em estágio já avançado”, diz Joseph Monteiro, urologista e membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA).
Diversos fatores estão por trás desse fenômeno, entre eles questões culturais, como preconceito – especialmente quando o assunto é disfunção erétil e exame do toque retal.
As consequências batem à porta: “Em alguns casos, a não abordagem ou não realização de exames pertinentes pode retardar o diagnóstico de doenças sérias como câncer de próstata ou de rim, que são curáveis em estágios iniciais. Na esfera sexual, pode piorar a qualidade de vida do paciente e, não raro, causar separação conjugal”, relata Marcos Tobias Machado, chefe do setor de uro-oncologia e cirurgia robótica em urologia do Hospital Brasil.
Para que se tenha noção, de acordo com Machado, a disfunção erétil pode ser um sinal indireto de obstrução das artérias coronárias que, quando oclusas, podem causar infarto cardíaco e até morte súbita. Já o medo do exame de toque retal pode levar ao diagnóstico de tumores prostáticos já em fase avançada, sem possibilidade de cura.
Esse quadro impõe um grande desafio aos profissionais da saúde, especialmente médicos: como abordar estes temas tão delicados?
Quebrando o tabu da saúde masculina dentro do consultório
Apesar da importância das ações educativas de esfera pública – como o Novembro Azul –, não se pode deixar de lado o trabalho no dia a dia de todos os médicos que atendem o homem, apesar de a urologia ser a especialidade mais próxima quando o assunto é saúde masculina.
“Sempre explicamos que tudo que será perguntado e examinado tem por objetivo diagnosticar precocemente doenças ocultas e melhorar a qualidade de vida. Normalmente, quando explicamos bem, o paciente entende e realiza a investigação proposta pelo médico”, afirma Machado.
Um dos dados que ele apresenta aos seus pacientes é de que 20% dos casos de câncer de próstata não alteram o exame de sangue (PSA) e somente podem ser diagnosticados pelo toque. “Além disso, explicamos que o exame é indolor, pois fazemos sempre com anestésico em geleia. Geralmente, quando existe uma boa explicação com argumentos científicos, os pacientes aceitam e seguem as recomendações médicas.”
A conversa dentro do consultório é fundamental. É neste momento que o médico pode se dedicar à explicação da importância dos exames preventivos. “Assim, os pacientes também se tornam difusores do conhecimento em seu ambiente familiar e laboral”, completa Monteiro.
As operadoras de saúde podem, e devem, atuar junto aos profissionais nesta frente. Um exemplo é a Seguros Unimed, cujo programa de Medicina Preventiva, entre outros temas, aborda a saúde do homem.
Juntos, podemos derrubar tabus e levar mais homens a cuidar de seu corpo.
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