Lançado em 2012 pelo American Board of Internal Medicine Foundation (ABIM Foundation) e presente no Brasil desde 2015, o movimento Choosing Wisely tem um objetivo que, para alguns, pode soar ambicioso: reduzir desperdícios no sistema de saúde e promover a segurança do paciente.
“Escolhendo sabiamente”, em tradução literal, neste caso, significa fazer opções que reduzam o desperdício no sistema de saúde, sem comprometer a segurança do paciente. Não se trata de cercear condutas, mas sim de apontar para o uso racional de recursos, de acordo com o cardiologista Luis Correia, do Hospital São Rafael, de Salvador, um dos pioneiros do movimento no Brasil.
Como o próprio nome já diz, o movimento procura estimular escolhas mais inteligentes tanto por parte dos médicos quanto dos pacientes quando se trata de intervenções médicas, que devem ser aplicadas no momento certo e com o paciente certo. Por esse motivo, é importante reforçar o diálogo entre paciente e familiares com o médico, sendo que este deve fazer recomendações baseadas em evidências e aconselhar corretamente.
A iniciativa do movimento partiu de profissionais da saúde de diversos países, sem a participação de organismos governamentais. Há médicos americanos, canadenses, australianos, suíços, alemães, japoneses, entre outros. No Brasil, diversas entidades fazem listas de recomendações a seus membros baseadas nos preceitos do Choosing Wisely, como a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a Academia Brasileira de Medicina Hospitalar e a Federação Brasileira de Gastroenterologia.
As recomendações divulgadas mais recentemente partiram da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML). Entre elas, constam:
- Evitar exames laboratoriais pré-operatórios de rotina, sem indicação clínica, para cirurgias de baixo risco.
- Não solicitar múltiplos exames na avaliação inicial de pacientes com suspeita de doença tireoidiana.
- Não realizar triagem com CA-125 ou ultrassom, para câncer de ovário, em pacientes de baixo risco do sexo feminino
- Não realizar repetição de Carga Viral de Hepatite C em pacientes sem uso de terapia antiviral.
As demais recomendações da SBPC/ML podem ser acessadas no site da entidade.
Para conhecer outras indicações, acesse a página do Proqualis, órgão vinculado à Fiocruz e canal de divulgação do Choosing Wisely no Brasil.