Em todas as áreas, o volume de dados aumenta exponencialmente a cada ano. Na saúde, não é diferente. Ferramentas como Big Data e Inteligência Artificial estão cada vez mais presentes para ajudar em diagnósticos, anamnese, prevenção de doenças e identificação de epidemias e problemas regionais, bem como dar suporte às ferramentas de apoio à decisão clínica e demandas administrativas dos hospitais. Na mesma proporção, cresce a preocupação com a segurança e a privacidade em relação aos dados pessoais dos pacientes.
Segurança e interoperabilidade são dois conceitos importantes para entender porque o blockchain – plataforma sistêmica de validação em bloco –, após conquistar o mercado financeiro, tem atraído o setor de healthcare. Para se ter uma ideia, 16% dos executivos da área de saúde acreditavam em uma solução para blockchain ainda neste ano. O dado é de uma pesquisa, de 2016, publicada pelo IBM Institute for Business Value. O estudo foi feito com 200 executivos da área de saúde, em 16 países.
Países como EUA, Canadá, Suíça e Estônia têm trabalhado para tornar a validação em bloco uma realidade nesse setor. Um exemplo é o uso do blockchain em análises biogenéticas, destaca Guilherme Hummel, Head Mentor da EMI – eHealth Mentor Institute e responsável pelo congresso de tecnologia em saúde HIMSS@Hospitalar.
Confira alguns dos principais benefícios e desafios do blockchain:
Já foi testado com sucesso: A tecnologia é utilizada para a validação online de informações confidenciais, sem necessidade de intermediários.
Uma rede de auditores: Quando um software tem seu uso compartilhado por muitas instituições e cada ponto de acesso se torna um verificador, cada conexão do bloco autentica a informação toda vez que ela é inserida. Para entender, pense em um paciente que vá ao endocrinologista de um hospital conectado a um blockchain. Quando ele visitar outro hospital, seus dados são reconhecidos e validados simultaneamente pelo sistema sem dar acesso à informação sigilosa. Ao longo de uma vida de exames, consultas e conexões, os dados são checados dezenas, centenas de vezes, criando uma história, que ancora uma base cada vez mais robusta de autenticação.
Interoperabilidade: Em fase experimental na área de saúde, o blockchain acena como uma solução para diversos setores que ainda sofrem com a desorganização dos dados e com falta comunicação bilateral entre sistemas. E as possibilidades são muitas, desde um amplo acesso dos pacientes às suas próprias informações clínicas até uma plataforma de confiança para especialistas trocarem relevâncias, além de apoiar na gestão clínica dos hospitais.
Ataques virtuais: Embora a proteção contra hackers e cyberattacks seja sólida, ainda não é totalmente à prova dos piratas cibernéticos. Em dezembro de 2016, um ataque sofrido pela Ethereum atingiu 16 mil usuários, dando prejuízo de US$ 60 milhões.
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