Aproveitar taxas mais baixas e atendimento diferenciado são apenas alguns dos benefícios de associar-se a uma cooperativa de crédito. Uma das vantagens pouco lembradas diz respeito aos investimentos. Assim como qualquer instituição bancária tradicional, elas também oferecem diversas opções para quem deseja multiplicar seu patrimônio.
De fato, há muitas semelhanças entre fazer investimentos nestes dois tipos de instituições. No entanto, algumas vantagens fazem das cooperativas uma opção competitiva. A começar que, por não terem fins lucrativos, elas costumam oferecer melhor remuneração do que bancos tradicionais.
“Isso acontece porque procuramos valorizar a participação do associado. Por exemplo, segundo dados de abril deste ano, a média que o sistema financeiro tradicional pagou aos seus clientes nos investimentos foi de 7,9% ao ano. Já as cooperativas remuneraram, em média, 9,9% ao ano”, afirma Francisco Silvio Reposse Júnior, diretor operacional do Sicoob Confederação.
Além disso, as taxas cobradas também costumam ser menores – isso quando são cobradas. De acordo com Reposse Júnior, um fundo de investimentos no mercado tradicional pode ter taxa de 1%, enquanto no Sicoob, sua média é de 0,25%.
Investidor e sócio
Para fazer investimentos em cooperativas de crédito é necessário, antes de mais nada, se associar a uma. “Existem várias opções, cada uma com um perfil. Encontre alguma condizente com o seu perfil e solicite a associação. Ao ser aceito, você já pode fazer o aporte”, resume Alcidney Sentallin, consultor de negócios e professor de gestão financeira da IBE-FGV.
A partir daí, você não será mais um mero cliente – como ocorre em instituições financeiras tradicionais – mas, sim, um sócio. Assim, disporá de atendimento personalizado e receberá as sobras, que nada mais são do que o equivalente ao lucro do sistema bancário.
Ao final do ano, parte desse dinheiro é dividido entre os cooperados. Porém, isso não é feito igualmente entre todos mas, sim, de acordo com a participação de cada um. “Em suma, quanto mais se usa os serviços que a cooperativa dispõe, como os investimentos, maior será o percentual da sobra”, diz Fernando Fagundes, CEO da UNICRED do Brasil. Isso significa que, além dos rendimentos da aplicação, o investidor terá mais uma fonte de remuneração.
Assim como em instituições financeiras tradicionais, os investimentos em cooperativas de crédito também contam com o Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop), que garante reembolso de até R$ 250 mil por CPF e por cooperativa em caso de quebra.
Apesar de todas as vantagens, é preciso também se atentar às responsabilidades de ser sócio de uma cooperativa. Isso o expõe ao risco da cooperativa ter prejuízo ao invés de lucro. “Numa situação extrema, os associados podem, inclusive, serem chamados a aportar recursos para cobrir prejuízos, depende sempre do que for definido em assembleia”, aponta o educador financeiro André Bona. Outros pontos a serem considerados são a taxa de associação e a contribuição mensal – que são estabelecidas por cada cooperativa.
Tipos de investimentos
O mais comum é o Recibo de Depósito Cooperativo (RDC). “Em síntese, ele é para as cooperativas de crédito o que o Certificado de Depósito Bancário (CDB) é para o banco. Do ponto de vista do investidor, funciona da mesma forma: o investidor aplica no RDC e recebe uma remuneração por isso”, conta Bona.
Ele pode ser pré-fixado, quando já se sabe qual será o rendimento no ato da aplicação, ou pós-fixado, quando é atrelado a algum índice variável – neste caso, o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), taxa usada para os bancos emprestarem dinheiro entre si e que costuma acompanhar a taxa básica de juros da economia (Selic).
“Enquanto a média do CDI dos CDBs varia entre 85% e 90%, os RDCs costumam variar entre 93% e 95%, podendo chegar a 100% do CDI, dependendo do montante investido e do tempo de aplicação”, exemplifica Sentallin.
Também é possível encontrar outras modalidades de aplicações, como fundos de investimentos. Assim, enquanto a cooperativa de crédito fizer uma boa gestão financeira de seus próprios recursos, o cooperado pode ficar mais tranquilo, pois a rentabilidade é certa.


















