Investimentos de longo prazo permitem que o investidor arrisque um pouco mais para obter mais rentabilidade. Saiba mais.
Tão importante quanto guardar dinheiro para a aposentadoria, é investir em ativos que trarão bons retornos no longo prazo. Para isso, é necessário levar em consideração alguns aspectos do presente, ter disciplina e paciência para colher os frutos quando chegar o momento de se aposentar.
João Lux, analista de produtos da CM Capital, explica que existem três premissas básicas a serem consideradas antes de investir. A primeira delas é o objetivo que, neste caso, é construir patrimônio para complementar a aposentadoria. Portanto, serão investimentos de longo prazo.
O segundo ponto é conhecer o seu perfil de investidor para definir os tipos de investimentos que vão compor a sua carteira previdenciária. Essa informação é obtida com base na análise de algumas informações, como seus objetivos, apetite ao risco, prazo para deixar o dinheiro investido, recursos disponíveis para investir, entre outros que são respondidas no teste suitability oferecido por bancos e corretoras. O resultado poderá classificá-lo em um dos três perfis: conservador, moderado ou arrojado.
“Ele (perfil de investidor) que vai definir o nível de exposição ao risco e qual classe de ativos devemos escolher. O perfil tem uma forte relação com o seu nível de conhecimento do mercado, e é natural que com o tempo haja uma evolução e amadurecimento do investidor resultando na mudança da classificação. Dessa forma, também é possível ajustar a estratégia calibrando as posições e incluindo novas classes de ativos na carteira”, explica Lux.
Por último, reserve um valor para investir que não comprometa o seu orçamento pessoal. “A recorrência mensal de aportes é tão ou mais importante que o aporte inicial, de modo que no longo prazo a carteira passa a ser beneficiada pelo efeito “bola de neve” dos juros compostos”, diz.
O analista lembra que não existe regra para o percentual que deve ser investido na aposentadoria. No entanto, é recomendado avaliar quanto tempo o investidor tem até se aposentar e qual a estimativa do custo de vida na aposentadoria para chegar a um valor aproximado das aplicações mensais.
“É natural não ter todas as respostas no início da jornada, por isso o mais importante é começar a investir e com o tempo ir se ajustando. Quanto mais demorar para começar, menos poderá contar com a ajuda do poder multiplicador dos juros compostos e, consequentemente, maior deverá ser o aporte financeiro para chegar aos mesmos objetivos”, afirma Lux.
Como montar uma carteira de investimentos para aposentadoria?
A previdência privada é uma das principais opções de quem deseja complementar a aposentadoria. No entanto, o mercado disponibiliza alternativas que permitem correr um pouco mais de risco para obter retornos mais vantajosos no longo prazo.
“Criou-se um mito de que previdência deve ser um investimento ultraconservador, mas é justamente o contrário. Por se tratar de longo prazo, é mais tranquilo assumir um pouco mais de riscos, principalmente no início do ciclo da carteira. É importante contar com a ajuda de um profissional para monitorar e acompanhar o cenário. Ter uma carteira diversificada com ativos de renda e de crescimento vão impulsionar os resultados”, explica Lucas Oliveira, assessor de investimentos da Atrio Investimentos.
O especialista acredita que é fundamental ter ações para compor o portfólio da aposentadoria. “São as ações que vão trazer uma parcela maior de retorno. O que vai mudar é o percentual que cada investidor vai ter, porém é muito saudável ter esses ativos na carteira”, destaca. Neste caso, considere boas pagadoras de dividendos que são os lucros que a empresa divide com os investidores.
Vale salientar que antes de investir em ações é primordial pesquisar a situação da empresa, histórico e entender que investimentos em renda variável possuem mais risco devido à alta volatilidade. Estude o mercado de ações e não hesite em buscar a ajuda de um profissional para te auxiliar a escolher a companhia e monitorar os ativos.
Mesmo com os juros baixos, com a taxa Selic em 2,75% ao ano, ainda faz sentido ter investimentos de renda fixa no portfólio da aposentadoria, segundo Lux, analista de produtos da CM Capital.
“Um dos princípios básicos de uma carteira previdenciária é a preservação do patrimônio no longo prazo. Neste aspecto, as aplicações em renda fixa exercem um papel importante para complementar a carteira, além de servirem como reserva de oportunidades. Devemos considerar também que, apesar do cenário de juros baixos no curto prazo, os investimentos de longo prazo apresentam taxas mais atrativas”, conclui.