O crédito consignado pode ser uma boa saída para quem precisa de dinheiro quando ocorre alguma emergência. Por ter juros menores em relação a outras modalidades de crédito, esse é um dos tipos de crédito mais procurados pelos consumidores. Entretanto, isso não significa ter sinal verde para pegar crédito sem moderação. Antes de tomar essa decisão, é imprescindível se planejar e fazer um diagnóstico financeiro.
“Atualmente, não é um bom negócio tomar crédito no Brasil, devido à crise econômica que enfrentamos. Contudo, os profissionais de saúde podem se utilizar desse recurso ao receber uma boa oportunidade de negócio ou de investimento, ou ainda para trocar uma dívida mais cara por uma mais barata. Caso você se enrole no cartão de crédito e não consiga pagar toda a fatura, o empréstimo consignado é uma solução para não cair no rotativo”, comenta o professor de economia da IBE Conveniada FGV, Marcos Dias.
Crédito indiscriminado pode levar à inadimplência
A atitude de pegar um empréstimo, independente da modalidade, pode facilmente levar o consumidor à inadimplência. Prova disso é que, no primeiro semestre do ano, 63,6 milhões de brasileiros, o mesmo que 42% da população adulta do País, ficaram com o CPF restrito por conta de atrasos no pagamento de contas.
A pesquisa, realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em conjunto com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), mostrou que dívidas no cartão de crédito, no cheque especial, empréstimos e financiamentos tiveram a maior alta em junho – 7,62% a mais em comparação com o mesmo mês de 2017. O levantamento foi feito com base no banco de dados das entidades nas 27 unidades da federação.
“O crédito consignado, muitas vezes, oferece dinheiro vivo na conta, o que pode se tornar uma bola de neve para cobrir outras despesas de consumo – por isso, o ideal é nunca financiar o consumo. Se o profissional da saúde já estiver com pendências financeiras, recomenda-se fazer uma revisão geral nas despesas da casa ou consultório, reduzi-las ao mínimo necessário, e, se possível, buscar novas fontes de renda para quitar o mais rápido possível as dívidas contraídas”, pontua o professor de economia da IBE Conveniada FGV, Uira Semechini.

Utilize o crédito consignado com sabedoria
Se, depois de analisar a sua situação financeira, você perceber que não conseguirá arcar com todas as pendências, chegou o momento de avaliar se o crédito consignado é a melhor opção para este momento. Para ter a garantia de que fará um bom negócio, é importante pesquisar instituições com as melhores taxas de juros e ler atentamente todas regras do contrato.
Além disso, coloque as parcelas do empréstimo no orçamento, para que você consiga se planejar e não sofrer com a incidência de mais juros na conta. “O melhor remédio para as suas finanças é fazer de tudo para as contas não atrasarem. Tem uma receita simples, mas que poucos utilizam: colocar em um papel ou planilha eletrônica o valor da sua remuneração – seja ela salário, receita de aluguel ou trabalhos extras – e também deduzir, do que você recebe, as contas que tem a pagar. Faça isso e corte tudo aquilo que é extra para aquele momento até que a sua vida financeira entre nos eixos”, conclui Dias.


















