O noticiário econômico pode, muitas vezes, parecer distante do dia a dia das pessoas. Essa impressão, entretanto, não poderia ser menos verdadeira, já que as informações apresentadas costumam ter influência direta sobre as escolhas de consumo, investimento e poupança de consumidores e empresários.
“Para termos uma vida financeira saudável, é importante estarmos sintonizados com o noticiário econômico, seja do ponto de vista da realização de boas aplicações financeiras ou da tomada de crédito, por exemplo”, explica Ricardo Balistiero, coordenador do curso de administração do Instituto Mauá de Tecnologia.
Quem busca fazer boas escolhas para o seu dinheiro, portanto, deve sempre estar à procura de informações relevantes e confiáveis para embasar suas decisões. Confira os principais índices, taxas e indicadores econômicos para acompanhar.
IPCA
Calculado pelo IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é utilizado para medir a inflação oficial do País, ou seja, o nível de aumento geral dos preços. Ele abrange famílias com renda entre um e quarenta salários mínimos, de treze regiões do Brasil.
Sabemos que a inflação influencia diretamente o poder de compra da população, mas ela também é importante para avaliar, por exemplo, a rentabilidade real dos investimentos financeiros e a evolução da taxa básica de juros da economia, a Selic. Por isso, é tão importante ficar de olho nesse indicador mensalmente.
“Uma inflação alta tende a reduzir os gastos de consumo e provocar um efeito de substituição de produtos caros por outros. Além disso, por ser o índice oficial do regime de metas de inflação, o IPCA pode afetar as decisões de elevar, manter ou reduzir a taxa básica de juros pelo Banco Central, a Selic”, explica Eduardo Velho, Diretor Técnico da Ordem dos Economistas do Brasil.
Além do IPCA, há outros índices que medem a inflação, como o INPC, IGP-M e IPC-S.
Taxa Selic
Firmada na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) a cada 45 dias, a Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela serve como referência para todas as demais taxas praticadas pelo mercado e, por isso, tem o poder de dar gás ou colocar um freio na atividade econômica do País.
Quando está alta, ela encarece o crédito e aumenta a rentabilidade de aplicações financeiras, desestimulando, assim, o consumo e o investimento das empresas, e incentivando a poupança. Quando dá sinais de desaceleração, entretanto, ela dá ânimo à economia, impulsionando o crescimento econômico. “Essa é uma variável que afetará, pelos canais de crédito, diversas áreas da vida da população. Influenciando o juro cobrado no crédito de financiamento imobiliário, de automóveis, crédito direto ao consumidor, taxas cobradas no cartão de crédito e no custo do capital de giro para as empresas, por exemplo”, afirma Velho.
CDI
Quem investe em renda fixa já deve ter visto a sua rentabilidade indexada ao Certificado de Depósito Interbancário, o CDI. Ficando um pouco abaixo da Selic, essa é a taxa pela qual os bancos emprestam dinheiro entre si. Ela varia diariamente e serve como referência para aplicações como CDBs e LCIs.
Taxa média de juros das operações de crédito
Quem precisa tomar crédito, sabe que os juros cobrados podem ser muito altos, por isso, entender o cenário econômico é fundamental para avaliar as ofertas de diversas instituições financeiras. É importante ficar sempre de olho nas taxas médias cobradas pelo mercado em diversas modalidades de crédito, como crédito pessoal, consignado, cartão de crédito e cheque especial, explica Balistiero.
PIB
Medido pelo IBGE, o Produto Interno Bruto consolida a soma das riquezas produzidas no País em um período de tempo. Esse indicador serve, principalmente, para analisar a evolução da situação econômica. “Ele nos informa a exata saúde da nossa economia, bem como aponta perspectivas futuras em termos de geração de emprego e renda”, defende Balistiero.
Para Velho, olhar para o PIB é a melhor maneira de avaliar para onde está indo a riqueza do País. “Ele é importante para indicar demandas, problemas e sinalizar decisões a empresários, consumidores e ao próprio governo.”
Câmbio
Da mesma maneira, os especialistas alertam para a importância de acompanhar as taxas de câmbio. “A trajetória da taxa de câmbio e a relação real/dólar também têm uma relevância significativa de acompanhamento, pois tendem a influenciar as decisões de taxa de juros, o nível da inflação e as decisões de investimento, sobretudo em setores que utilizam componentes importados”, explica Velho.
Outras informações relacionadas à área da saúde
“Para os profissionais de saúde, seria relevante, ainda, o acompanhamento dos preços de planos de saúde, insumos, remédios, dos serviços e tecnologia que subsidiarão o aperfeiçoamento do sistema de saúde, da decomposição e das perspectivas do orçamento de saúde aos diversos níveis federativos”, complementa Velho. Além disso, informações sobre renda da população e salário mínimo, por exemplo, podem ajudar o profissional a entender a situação econômica do seu público.

	    	
		    
















