Lesões cardíacas congênitas elevam o risco da gravidez tanto para a gestante quanto para o feto. Por isso, a recomendação até então era de que mulheres com esse problema evitassem ter filhos.
O novo documento indica que a gestação é possível, mas ressalta o papel do acompanhamento médico adequado para o seu sucesso e para avaliação dos riscos envolvidos. Veja abaixo algumas recomendações do protocolo:
Aconselhamento antes da gravidez
Toda mulher com doenças cardíacas congênitas e em idade reprodutiva deve receber orientações sobre gravidez. Idealmente, esse aconselhamento deve ocorrer assim que a paciente alcançar a maturidade sexual, na adolescência.
Para as que pretendem engravidar, planejamento é fundamental. Tanto a mulher quanto o seu parceiro devem ter pleno entendimento dos potenciais riscos tanto para a gestante quanto para a criança.
Se o plano for engravidar em um futuro próximo, a conversa pode ser mais objetiva, indicando também a possível necessidade de exames adicionais para avaliação dos riscos e identificação de problemas a serem tratados antes da gravidez.
Avaliação diagnóstica
É recomendado começar por uma revisão dos registros médicos, incluindo o problema inicial, histórico cirúrgico e presença de comorbidades ou sequelas relacionadas ao problema inicial e/ou à cirurgia.
A avaliação diagnóstica inicial deve incluir, entre outras etapas:
– Histórico detalhado, incluindo qualquer sintoma cardiovascular atual e histórico familiar;
– Revisão de medicamentos, com ajustes e substituição de drogas sabidamente teratogênicas;
– Exames laboratoriais como contagem completa do sangue, eletrólitos e testes das funções hepáticas e da tireóide;
– Eletrocardiograma.
Avaliação de risco materno
Estudos recentes indicam que a classificação de risco materno cardiovascular da Organização Mundial da Saúde (OMS) é a mais confiável para prever complicações cardiovasculares na gestante, sendo as mais comuns arritmias e insuficiência cardíaca. As recomendações para cada paciente, porém, devem ser individualizadas.
Se for identificado problema clínico ou lesão que possam ser reparados, deve-se recomendar a terapia indicada para a questão. Para algumas pacientes, a avaliação pode sugerir risco de gravidez inaceitável para a mulher. Métodos contraceptivos adequados são necessários nesses casos e para mulheres que preferem não ter filhos.
Equipe médica durante a gravidez
A paciente deve ser acompanhada tanto por um ginecologista-obstetra, um cardiologista com experiência no cuidado de adultos com cardiopatias congênitas e um especialista em medicina materno-fetal.
Para ler o protocolo completo, acesse a revista Circulation, da AHA.
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