A exemplo de uma tendência que ganha força em todo o mundo, a Unimed Vitória tem apostado na desospitalização. O movimento iniciado há três anos pela operadora hoje está consolidado entre pacientes e médicos da capital capixaba e representa um avanço no esforço para desafogar os hospitais da região.
De acordo com a coordenadora de auditoria de enfermagem da Unimed Vitória, Eliane Ferreira da Silva Barros, o processo teve início justamente com o objetivo de aumentar o número de leitos livres nos centros de saúde da cidade. “A falta de leitos sempre foi uma dificuldade. Muitos pacientes agudos ocupam leitos apenas para o uso de medicação e, enquanto isso, outros que demandam tratamento complexo ficam sem espaço”, disse. Ainda conforme Eliane, desde 2015, quando o processo de desospitalização foi implementado, o número de pessoas que passou a receber cuidados extra-hospitalares saltou mensalmente de cerca de 10 para100.
A coordenadora da Unimed destaca que a desospitalização é um benefício não só para o sistema de saúde, mas também, para os próprios pacientes que se encaixam nos critérios exigidos. “Os hospitais oferecem riscos para os pacientes, como os de infecções. Além disso, em casa há mais conforto e, claro, o contato constante com a família”, ressalta.
Saiba mais sobre a iniciativa:
Quem pode participar?
O processo para que um paciente seja tratado em casa é criterioso. Atualmente podem ser encaminhados para receber os cuidados no lar pessoas com doenças crônicas e agudas, mas sempre com prévia avaliação clínica do Núcleo de Desospitalização, além de autorização médica. Eliane explica que a própria Unimed Vitória se responsabiliza pelo tratamento residencial, que também pode ser realizado em parceira com empresas especializadas quando a demanda ultrapassa a capacidade da operadora. Em todos os casos, a Unimed faz o acompanhamento dos cuidados oferecidos, inclusive com visitas periódicas aos pacientes.
Que serviços inclui?
Todos os que recebem cuidados extra-hospitalares são classificados em três parâmetros, sendo a modalidade “internação” a mais complexa. Nesse caso, o paciente conta com uma estrutura completa, similar com a de um hospital, e tem acesso a profissionais como médicos, fisioterapeutas, nutricionistas e fonoaudiólogos. Na outra ponta, o serviço mais simples é o prestado na modalidade “assistência”, em que se encaixam os doentes crônicos ou os que apenas demandam o acompanhamento de um cuidador, por exemplo.
Avaliação da família e dos médicos
Eliane acrescenta que ao longo dos últimos três anos, os familiares têm sido grandes propagadores da desospitalização. “Fazemos todo o controle e a satisfação é enorme. Muitas famílias nem acreditam nessa possibilidade quando contamos, já que o atendimento domiciliar é um benefício, não está previsto em contrato”. A aceitação é grande, sobretudo, entre familiares de portadores de doenças agudas.
Outro grupo que avalia bem o processo de desospitalização é o dos médicos. Eliane lembra que no início foi difícil convencê-los de que seria possível transferir para a casa dos pacientes um serviço com a mesma qualidade do hospital, mas hoje os profissionais aprovam e incentivam a desospitalização sempre que possível. “A adesão dos médicos agora é muito positiva. Eles perceberam que foi possível aumentar a rotatividade dos leitos e que não temos mais aquela quantidade enorme de pacientes que não conseguiam deixar o hospital.”
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