O avanço da tecnologia é cada vez mais rápido e atinge praticamente todos os meios da sociedade moderna. Na área da saúde isso também acontece com o surgimento de novas tecnologias que ajudam a melhorar o sistema de atendimento, proporcionando mais qualidade e praticidade.
O Connected Care nada mais é que uma dessas tendências que começa a ganhar espaço em hospitais e consultórios. Esse conceito é recente e, como o nome já sugere, está voltado para a maior interação e conectividade entre paciente, médico e instituição.
“Connected Care é um conceito moderno, tem no máximo cinco ou seis anos. Proporciona uma mudança na relação entre paciente e a cadeia de saúde”, explica Guilherme S. Hummel, EMI Head Mentor na eHealth Mentor Institute e coordenador científico do congresso HIMSS@Hospitalar. Essa alteração, segundo Hummel, ocorreu devido ao acesso à internet. Hoje há um novo perfil de paciente, com acesso a informações online sobre o cuidado.
O conceito aplicado pelo Connected Care já é realidade em países como Estados Unidos, França, Inglaterra, Canadá, Austrália e até mesmo na Índia. Nesses países, os médicos utilizam tecnologias com esse conceito para realizar consultas, avaliar casos ou conversar sobre o andamento do tratamento diretamente com seus pacientes de forma remota. Seja usando um aplicativo de vídeo-chamada no smartphone ou em conversa pelo telefone, o médico faz o atendimento sem precisar que o paciente se desloque ao local.
Hummel explica que esse deverá ser o cenário do atendimento na saúde para os próximos 20 ou 30 anos. Contudo, ele ressalta que nem todo tipo de atendimento deve ser feito por essa plataforma. O ideal é que a tecnologia seja usada a favor da atenção básica. “O atendimento primário pode ser feito remotamente. A digitalização vai ajudar também no aspecto da triagem e, além disso, no segundo e terceiro diagnósticos”, conclui.
Comunicação com o paciente é ponto-chave para boa relação
Por se tratar de um conceito recente mesmo em outras partes do mundo, o Connected Care ainda pode levar algum tempo para se consolidar no Brasil. O próprio Conselho Federal de Medicina (CFM) possui normas que proíbem que consultas primárias, por exemplo, sejam feitas a distância, por celulares, teleconferência ou contato por telefone.
Entretanto, Hummel acredita que o mercado brasileiro deverá receber esse tipo de conceito na área da saúde muito em breve. “Provavelmente já no ano que vem teremos uma modernização acontecendo nos hospitais brasileiros. A consulta médica remota está sendo re-estudada pelo CFM e, nos próximos meses, deve ser revisto de forma favorável”, pontua. “A vinda desse conceito significa um grande progresso. É um salto inevitável”, finaliza Hummel.