A abrangência das cooperativas do setor de saúde no País chama a atenção. Atualmente, são 813 cooperativas, espalhadas por 85% dos municípios brasileiros. A capilaridade do atendimento, então, torna o cooperativismo parte fundamental do sistema de saúde brasileiro.
“As cooperativas são grandes responsáveis pela interiorização de médicos, odontólogos e outros profissionais do setor. Além da grande participação na saúde suplementar, elas também atuam nos mais diversos setores, tais como hospitais, clínicas e laboratórios, levando atendimento de qualidade à população brasileira”, explica Márcio Lopes de Freitas, presidente do Sistema OCB.
A solidez da atuação, entretanto, não isenta o setor de enfrentar os seus próprios desafios. Neste texto, você conhece os principais pontos que precisam ser discutidos para que o modelo possa crescer de forma consistente.
Principais desafios do cooperativismo de saúde
Para Freitas, não só o cooperativismo, mas a saúde complementar brasileira como um todo atravessa um momento delicado. A crise econômica enfrentada nos últimos anos ocasionou a redução do número de usuários de planos de saúde, o que criou novas demandas.
Além disso, a crescente judicialização no setor de saúde, que atinge tanto o setor público quanto privado, e os entraves regulatórios e tributários também precisam ser destacados.
“Cientes desse cenário, as cooperativas de saúde têm desenvolvido projetos que racionalizam custos e, ao mesmo tempo, entregam maior qualidade na prestação de serviço aos usuários. Junto à OCB têm sido encontradas alternativas tecnicamente viáveis, criativas e proativas, o que resulta em mais competitividade ao segmento.”
Os caminhos para um crescimento sólido
Apesar de não serem pessoas jurídicas tradicionais, as cooperativas ainda carecem de regulamentações que compreendam melhor as suas especificidades. Assim, há uma forte demanda para que sejam reconhecidas as diferenças do modelo societário do setor, assim como para que seja aprovado o chamado ato cooperativo, que visa regulamentar o tratamento tributário dado às relações entre associados e cooperativas.
“É fundamental que avancemos nesse ponto, por meio da sensibilização dos parlamentares quanto à urgência de sua votação no Congresso Nacional”, defende Freitas.
Por fim, o presidente da OCB aconselha o estímulo à aplicação da Atenção Primária à Saúde no atendimento, que ele acredita ser um modelo eficiente, contínuo e seguro, centrado no paciente e sua família. “Vale ressaltar que esse é um diferencial das cooperativas, é o que elas já fazem por natureza: cuidar das pessoas”, conclui.


















