O profissional de odontologia pode ser um aliado no diagnóstico precoce de diabetes mellitus e pré-diabetes. Um estudo publicado no BMJ Open Diabetes Research and Care indica a relação entre os distúrbios metabólicos e a periodontite, doença inflamatória crônica das estruturas de suporte dos dentes, principal causa de perda de dentição, que ocorre em 10% e 15% da população.
Realizada na Holanda, a pesquisa analisou 313 pacientes de uma clínica universitária. Do total, 126 pacientes apresentavam periodontite leve/moderada, 78 periodontite grave e 109 pacientes não tinham a inflamação. Todos foram submetidos à medição de hemoglobina glicada (HbA1c).
Quase metade dos pacientes com qualquer grau de periodontite apresentaram níveis de açúcar no sangue indicando pré-diabetes. O percentual chegou a 46,0% entre os que tinham periodontite leve e moderada e 47,4% daqueles com inflamação severa. Entre os pacientes do grupo controle, sem periodontite, o índice foi de 36,7%.
Além disso, cerca de 23% dos pacientes com periodontite grave apresentaram diabetes, em comparação com 13,5% dos indivíduos com inflamação leve/moderada e 10,1% dos sem periodontite.
A conclusão dos pesquisadores é que a periodontite grave pode ser um sinal precoce de diabetes. Mesmo níveis mais baixos de inflamação podem servir de alerta para a identificação de pré-diabetes, condição que muitas vezes não é diagnosticada.
Aproximadamente um terço das pessoas com diabetes não está ciente da doença. Segundo dados da Federação Internacional do Diabetes (IDF, sigla em inglês), estima-se que 552 milhões de adultos irão adquirir a condição até o ano de 2030. Pacientes com diabetes, principalmente indivíduos que não controlam a doença, estão mais suscetíveis a infecções e dificuldade em cicatrização de feridas.
O estudo completo está disponível online.
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