O avanço da inteligência artificial é inevitável. Cresce em todo o mundo a discussão sobre como a tecnologia vai impactar milhares de profissões. Na área médica, especificamente na radiologia, o debate ganhou novo capítulo neste ano. O FDA (Foods and Drugs Administration), órgão do governo americano responsável pelo controle de medicamentos e alimentos, aprovou o uso de um aplicativo de análise de ressonância magnética cardíaca baseada na nuvem, o Arterys Cardio DLTM. Anteriormente, a tecnologia havia sido aprovada pela União Europeia.
Criado pela companhia norte-americana Arterys, o aplicativo foi desenvolvido a partir de dados de milhares de casos e permite automatizar processos feitos, atualmente, pelo profissional de saúde. O software fornece segmentações automatizadas e editáveis de ventrículo com base em imagens de ressonâncias magnéticas convencionais e, segundo a empresa desenvolvedora, são tão precisas quanto as realizadas manualmente por radiologistas experientes.
Para fazer uso dos dados gerados protegendo a privacidade do paciente, o aplicativo usa um sistema conhecido como Serviço PHI, que permite que a informação pessoal de identificação seja removida dos dados de imagem no ponto em que é coletada, ou seja, no próprio hospital. Ainda de acordo com a empresa desenvolvedora da tecnologia, o aplicativo não recebe qualquer informação que possa ser usada para identificar indivíduos.
Máquinas X pessoas
A radiologia é uma das áreas médicas que mais têm sido apontadas com grande potencial de impacto pela inteligência artificial. Na busca por identificação de padrões, as máquinas têm se equiparado aos humanos, desde que sejam corretamente alimentadas com dados. Para especialistas em tecnologia, a combinação de um grande banco de imagens com o avanço nas avaliações feitas pelos computadores irá resultar em um aperfeiçoamento contínuo das máquinas, que poderão superar as capacidades humanas.
Já os contrários a essa certeza afirmam que a inteligência artificial vai apenas aperfeiçoar o trabalho dos radiologistas, dando o suporte necessário para diagnósticos mais precisos e rápidos. Por enquanto, esse cenário em que as máquinas substituem por completo médicos na área diagnóstica ainda está no campo dos debates.