Quando se trata de dietas para emagrecer, há grande discussão acerca de qual é a mais recomendada para os pacientes, principalmente quando se trata daquelas que envolvem baixo teor de gorduras ou de carboidratos, duas das mais praticadas atualmente. Para esquentar ainda mais o embate, o estudo da DIETFITS (Diet Intervention Examining The Factors Interacting with Treatment Success), publicado no Journal of the American Medical Association, comparou durante 12 meses os efeitos das duas dietas – além da possível associação de padrões genéticos e de secreção de insulina à perda de peso – em adultos com sobrepeso. Não foi encontrada diferença significativa entre elas.
A pesquisa observou a variação de peso em um total de 609 adultos, entre homens e mulheres, de 18 a 50 anos, que fizeram durante um ano a dieta de baixo teor de gorduras ou de carboidratos. No início do projeto, os participantes estavam obesos ou acima do peso, com o Índice de Massa Corporal (IMC) entre 28 a 40. Nenhum deles tinha diabetes, hipertensão descontrolada ou câncer, nem doenças metabólicas, cardiovasculares, nos rins ou no fígado.
Já nos aspectos genéticos e hormonais, que em estudos anteriores mostraram ter conexão com a perda de peso, foram verificados três genes para identificar e comprovar qualquer relação possível entre eles e a resistência à insulina. Segundo os pesquisadores, 40% dos participantes possuíam genótipo mais sensível à gordura, 30% deles ao carboidrato e 30% a nenhum dos nutrientes.
O grande grupo foi separado aleatoriamente em dois: sob a supervisão de nutricionistas, 305 participantes foram orientados a seguir a dieta de baixo teor de gorduras e 304, a de baixo teor de carboidratos. No primeiro, 42,6% possuía o padrão genético sensível à gordura e 27,2% ao carboidrato. Já no segundo, 37,5% tinham genótipo mais sensível à gordura e 31,9% ao carboidrato.
Ao longo do ano, ambos passaram por 22 consultas. Nas primeiras oito semanas, os profissionais recomendaram a redução da ingestão total de gorduras ou carboidratos a 20 gramas por dia. Depois, eles gradativamente voltaram a adicionar esses nutrientes à dieta, até que fosse atingido o menor nível de consumo desses para cada participante.
Os resultados apresentaram números interessantes. A perda de peso para aqueles que seguiram a dieta de baixo teor de gorduras foi, em média, de 5,3 quilogramas, ao passo que aqueles que seguiram a de carboidratos eliminou cerca de 6 quilogramas. Ambas mostraram melhorias nos marcadores de IMC, percentual de gordura corporal, circunferência da cintura, quantidade de lipídios, pressão arterial e níveis de glicose e insulina no sangue.
Também não houve confirmação da possível interferência dos padrões genéticos e da resistência à insulina na perda de peso em qualquer uma dessas dietas. Além disso, os níveis de colesterol LDL diminuíram consideravelmente no grupo que seguiu o primeiro regime, os de HDL aumentaram somente no que seguiu o segundo e os de triglicérides caíram em ambos. A comparação da distribuição média dos macronutrientes para o grupo da dieta de baixo teor de gorduras e de carboidratos foi de, respectivamente, 48% a 30% com relação aos carboidratos, 21% a 23% às proteínas e 29% a 45% às gorduras.
Esses dados foram coletados a partir dos 481 participantes (79% do total) que finalizaram os 12 meses de estudo. Os autores, então, concluíram que nenhuma das duas dietas apresentou superioridade sobre a outra e, por isso, são igualmente eficientes na perda de peso.
Veja outras matérias semelhantes: