Um artigo publicado no site Nature aponta a relação entre a atividade física e a diminuição das dificuldades de linguagem durante o envelhecimento. Divulgado no final de abril de 2018, o estudo mostra que os idosos que praticam exercícios aeróbicos com maior frequência apresentam menos dificuldades de linguagem e cognição conhecidas como “ponta-de-língua”, um sintoma que ocorre quando sabemos qual é a palavra que queremos falar, mas não conseguimos pronunciá-la.
Os lapsos cognitivos temporários, como não ter uma palavra que vem à mente ao falar, ocorrem com mais frequência conforme vamos envelhecendo. Uma questão interessante é se os fatores relacionados ao estilo de vida, como a aptidão aeróbica, estão relacionados à ocorrência de tais “momentos de lapso”.
Este estudo, feito por um grupo de pesquisadores do Reino Unido, tem como base a análise das tendências demográficas atuais e suas futuras necessidades. Se os dados da expectativa de vida continuarem a melhorar, como tem ocorrido em países como o Reino Unido, Canadá, Estados Unidos e Japão, a maioria das crianças nascidas a partir do ano 2000 viverá até os 100 anos. Por isso, já existem diversos desafios que devem ser debatidos para que o mundo se prepare para essa futura geração de idosos. As maiores dificuldades residem nos quesitos sociais, econômicos e de saúde. No artigo, os esforços foram concentrados nas mudanças cognitivas, principalmente nas habilidades de linguagem, na população com envelhecimento saudável.
Os pesquisadores deixam claro que, ao contrário do que se imagina popularmente, a “ponta-de-língua” não tem a ver com a falha de memória do indivíduo. Na verdade, é um problema de cognição, onde a pessoa conhece o conceito da palavra e suas aplicações, mas não consegue pronunciar ou construir a fonética do nome ao ponto de verbalizá-la.
Para analisar o quanto o exercício físico poderia interferir positivamente neste processo, os pesquisadores usaram como estratégia a prática de exercícios regulares em um grupo de 53 idosos, com homens e mulheres. Percebeu-se que a partir da sexta semana, utilizando principalmente a caminhada, já era possível perceber o aumento da aptidão física no idosos e melhoria perceptível nos problemas de linguagem.
Além disso, também foi percebido que as atividades aeróbicas trouxeram domínio cognitivo melhorado com relação a memória visual-espacial, velocidade de aprendizado e processamento de novas informações, além da própria melhoria de problemas de fala.
Os estudiosos possuem uma hipótese que ainda precisará de mais pesquisas, mas de acordo com eles, o exercício físico regular e a aptidão física aeróbica estão associados à redução do declínio do fluxo sanguíneo que chega ao cérebro. Entre outros fatores, a integridade estrutural nas regiões frontal e temporal do cérebro tem sido relacionada à aptidão aeróbica e a melhora da circulação sanguínea.
Isso levou os cientistas a supor que os benefícios cognitivos da aptidão aeróbica podem se estender ao domínio do processamento de linguagem, pois a produção de linguagem está predominantemente associada à ativação funcional nas regiões frontal e temporal do cérebro.
Dificuldades de encontrar palavras em particular estão associadas à ativação funcional e à atrofia estrutural da ínsula esquerda. Tudo isso sugere que pode haver diferenças relacionadas à aptidão aeróbica nas habilidades de encontrar palavras. No entanto, mais estudos ainda devem ser feitos para esclarecer e especificar como diminuir os efeitos da idade sobre a capacidades cognitivas do idosos.
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Muito bom o conteudo muito obrigado pelas dicas vou compartilhar com os meus amigos
Muito obrigado!