A Agência Nacional de Saúde possui um programa, desde 2016, que visa a melhoria da qualidade de atendimento dos pacientes oncológicos no sistema de saúde suplementar. O Programa OncoRede tem atualmente a participação de 21 operadoras e 20 hospitais prestadores, que periodicamente enviam seus índices de quantidade de atendimentos, diagnósticos, tempo gasto, altas, exames preventivos, etc. A Unimed Recife é uma das operadoras participantes e desde janeiro de 2017, tem aprimorado toda a sua linha de atendimento a esses pacientes para se adequar às exigências do projeto e oferecer um serviço ainda melhor.
De acordo com a descrição do Oncorede, este é um modelo de projeto que propõe um conjunto de ações integradas capazes de reorganizar, estimular a integração e aprimorar a prestação de serviços de atenção oncológica no país. Na prática, o que se busca é um sistema de saúde organizado e responsivo, com regras claras, com pessoas atentas e capacitadas, e informação acessível. Os resultados esperados são um diagnóstico mais preciso da situação atual do cuidado oncológico, o estímulo à adoção de boas práticas na atenção ambulatorial e hospitalar e melhorias nos indicadores de qualidade da atenção ao câncer na saúde suplementar.
Em Recife, a Unimed tem trabalhado com uma equipe multiprofissional, no Hospital Unimed Recife III, para melhorar o atendimento e a prevenção aos pacientes oncológicos, principalmente em relação ao câncer de mama nas mulheres e o câncer de colo retal nos homens. Um dos diferenciais deste trabalho é que existe um profissional chamado “assistente do cuidado”, escolhido pela unidade e dedicado a acompanhar e monitorar os pacientes desde o seu diagnóstico até a saída do hospital, seja ela por alta ou óbito.
Atualmente, a equipe multiprofissional é formada por médicos oncologistas, médicos hematologistas, além de psicólogos, enfermeiros e farmacêuticos especializados na área oncológica. A equipe também conta com profissionais administrativos que auxiliam na gestão da informação e processos.
Os dados coletados na linha de atendimento por este profissional são registrados, analisados e enviados mensalmente para a ANS. Entre os dados enviados estão: números de pacientes que estão em quimioterapia, número de pacientes novos, número de pacientes em radioterapia, números de clientes da operadora que estão na faixa etária de população alvo para o diagnóstico precoce de câncer de mama e câncer de colo retal, número de pacientes oncológicos que faleceram, número de pacientes que tiveram alta, entre outros.
A participação no programa não é obrigatória, mas a melhoria na qualidade do atendimento é evidente os prestadores que fazem parte da iniciativa. A médica Penélope Rodrigues Araújo, coordenadora do setor de oncologia da Unimed Recife fala sobre estes benefícios.
“Nós começamos a entender melhor os nossos próprios números, pois antes não fazíamos esta pesquisa de forma sistemática. A análise contínua no fez perceber que poderíamos melhorar diversos índices. Outro ponto importante é que crescemos na qualidade de serviço e equipe de atendimento”, relata a médica.
Esta organização no fluxo de informações, tecnologia e controle de qualidade também colaborou para que o Hospital da Unimed Recife III conquistasse, junto ao IQG – Health Services Accreditation as acreditações ONA e Qmentum, e a HIMSS Analytics nível 7.

“O nosso programa tem duas frentes que ajudaram a melhorar bastante o nosso índice de qualidade. A primeira é a prevenção, na qual buscamos pelas pacientes com idades de 50 a 60 anos, que não fizeram a mamografia nos últimos dois anos. E a segunda é na melhoria do atendimento desde o diagnóstico até o tratamento. Para isso nós contamos com as empresas parceiras para alcançar estas pacientes. Já internamente no hospital, nós criamos um ambulatório de mastologia para agilizar o atendimento e os exames que devem ser feitos com estas mulheres”, explica a médica.
O mesmo trabalho também começa a ser feito com o público masculino, no qual as empresas que possuem plano Unimed, e são parcerias da iniciativa no hospital e enviam comunicados aos homens, em idade de 50 a 60 anos, recomendando o exame de colonoscopia para a prevenção do câncer de colo retal.
De acordo com a médica, o Ministério da Saúde recomenda que o tempo mínimo entre o diagnóstico e o início do tratamento seja de 60 dias. No caso do câncer de mama, o Hospital Unimed Recife III, consegue fazer este processo em até 30 dias, metade do tempo recomendado.
“Uma das medidas tomadas para agilizar este tempo foi a priorização de diagnóstico e cirurgias oncológicas. Outras iniciativas como a criação do ambulatório de mastologia e convênio com clínicas de diagnóstico credenciadas, que podem fazer a mamografia ou a biopsia de mama mais rapidamente. Em média levamos 15 dias para fazer um exame e obter o resultado. Depois, em mais 15 dias conseguimos iniciar o procedimento adequado, seja ele uma cirurgia, tratamento em quimioterapia, etc. Conforme o caso”, detalha Penélope.
Além do impacto direto na melhoria do atendimento e segurança ao paciente e melhoria internas nos serviços de atendimento dos hospitais, o OncoRede também proporciona mensalmente uma videoconferência, em que todas as unidades incluídas no programa trocam experiências sobre o que tem sido feito na melhoria dos índices.
“É uma oportunidade para conhecer e trocar experiência sobre as soluções e problemas que os outros hospitais encontraram pelo caminho. Todos estão em busca de melhorias e vemos na prática o resultado positivo. Os índices são importantes para que possamos continuar no programa, recebendo orientações e avaliações, mas também para que possamos aumentar ainda mais a qualidade do nosso serviço e do atendimento ao paciente oncológico”, finaliza Penélope.


















