Digital Health pode ser considerado um dos caminhos para o futuro da medicina devido, sobretudo, aos seus grandes benefícios. Seu desenvolvimento constante permite verdadeiras revoluções silenciosas – como, por exemplo, maior acesso ao atendimento médico a populações remotas, por meio da telemedicina, e o monitoramento de dados da saúde do paciente em tempo real, com uso dos chamados wearables.
A grande atenção dada a essas novas tecnologias fez com que a consultoria de benefícios Castlight Health desenvolvesse uma pesquisa para entender como, onde e porque os profissionais americanos estão investindo em ferramentas de digital health e qual é a percepção de empregadores e funcionários em relação a esse tipo de tecnologia.
Os resultados estão descritos no relatório The State of Digital Health: 2018 Annual Report, publicado em abril. O intuito é ajudar empregadores a aprimorar o uso corporativo dessas ferramentas, melhorando a qualidade de vida dos empregados e diminuindo custos com saúde. O estudo mostra como empregadores e funcionários americanos percebem e se engajam com digital health, como suas perspectivas se alinham ou diferem e as principais oportunidades para os empregadores implementarem essas ferramentas.
Para compor a pesquisa, foram entrevistados 300 empregadores e mil funcionários de grandes empresas dos Estados Unidos. As perguntas abordaram diversas soluções de digital health, entre elas dispositivos de rastreamento de atividades, gerenciamento de nutrição, programas de assistência ao empregado (EAP, na sigla em inglês), saúde cardiovascular e perda de peso. Elas foram agrupadas nas áreas “Mantendo-se saudável”, “Gerenciamento de condições” e “Acesso a cuidados”.
O relatório constatou que 98% dos funcionários, independentemente da faixa etária, já utilizaram pelo menos uma ferramenta de digital health, mostrando que a demanda pela tecnologia existe e cresce. Como principal resultado, no entanto, observou-se que todas tecnologias mais comumente oferecidas pelos empregadores – como EAPs (82%), programas para parar de fumar (77%) e avaliações de risco à saúde (72%), amplamente implementadas nas empresas – abordam questões que os funcionários raramente encaram como metas de saúde, ou seja, não são sua prioridade nem seu interesse. Inclusive, a pesquisa revelou que os próprios empregadores continuam a investir em categorias de soluções que eles mesmos reconhecem como sendo de menor engajamento.

Em contrapartida, as metas de saúde mais populares entre os funcionários foram perder peso (45%), economizar para a aposentadoria (30%), dormir melhor (27%) e reduzir o estresse (26%). As ferramentas de digital health que eles mais usariam, caso fossem oferecidas pelos empregadores, são as que ajudam a economizar para a aposentadoria (73%), melhorar a alimentação (70%) e dormir melhor (70%).
O relatório ainda mostrou que, se nenhuma ferramenta for oferecida pelas empresas, os funcionários encontram, por si, soluções para atender suas necessidades: eles são 1,8 vezes mais propensos a acessar programas de digital health por conta própria do que por meio de um empregador e, por isso, já usam tecnologias para acessar duas de suas três principais metas de saúde – perder peso e dormir melhor.
“Os empregadores têm acesso a uma vasta gama de soluções em digital health, porém, a maioria continua a oferecer as mesmas de sempre, ainda que não ofereçam melhoras na saúde dos funcionários ou redução de custos para a empresa”, analisa Pierce Graham-Jones, vice-presidente sênior de Crescimento na Castlight Health, em nota oficial divulgada no site da consultoria de benefícios. “Para concretizar a promessa completa de inovação que a tecnologia digital health proporciona, os empregadores precisam identificar soluções que atinjam o ponto ideal, impulsionam o engajamento e o aumentando a satisfação dos funcionários ao mesmo tempo em que geram resultados para o negócio”, finaliza.