Dia a dia agitado, muito trabalho e grandes responsabilidades. Essa é a rotina comum de muitas empresas convencionais, assim como nas cooperativas. Porém, existem algumas diferenças bem marcantes quando o assunto é o cooperativismo. Entre eles, estão a autonomia e independência, interesse pela comunidade e a participação econômica.
“O trabalho em uma cooperativa é similar ao de um banco. Porém, ao invés de servir os clientes, a cooperativa irá atender as demandas técnicas e financeiras dos cooperados. Neste caso, são definidos novos modelos de negócios e de mercado, com o objetivo de atender as demandas criadas pelos próprios cooperados”, comenta Joeval Martins, professor de Empreendedorismo e Marketing da FGV Campinas.
Participação econômica e na sociedade como pilar do cooperativismo
Um dos pilares mais importantes do cooperativismo é a participação econômica dos cooperados. Isso quer dizer que os membros contribuem igualmente para o capital das suas cooperativas e o controle é feito de forma democrática. Além disso, parte desse capital volta como investimento aos sócios.
“Uma empresa convencional trabalha meramente pelo lucro e pela saúde financeira dos seus acionistas ou stakeholders. Já a cooperativa trabalha em busca de benefícios para os seus cooperados. Essa é, então, a diferença essencial”, pontua Martins.
Outro ponto a ser destacado na rotina de trabalho de uma cooperativa é o constante interesse de trabalhar em prol da comunidade em que ela se encontra. Através de políticas aprovadas pelos seus membros, é possível promover o desenvolvimento sustentável em conjunto com valores e princípios, levando sempre em consideração a sua vocação socioeconômica.
“A cooperativa nada mais é do que um grupo de profissionais especializados com interesses comuns na prestação de um determinado serviço, que pode ser na área da saúde e educação, por exemplo. Esse profissional poderá exercer sua função no dia a dia e gerar resultados para a sociedade. Isso proporciona mais engajamento, comprometimento e envolvimento das pessoas que fazem parte do processo”, ressalta Alcidney Sentallin, professor de gestão financeira da FGV Campinas e consultor de negócios.

Cooperativismo como forma de engajamento do profissional da área da saúde
Ter uma gestão transparente e responsável na cooperativa é uma forma de engajar cada vez mais o profissional da saúde em seu trabalho. “Para o cooperado, ocorre o engajamento a partir do momento que ele tem a certeza de que o gestor da cooperativa é alguém do seu meio, que conhece suas dores e sabe, na maioria das vezes, qual o caminho mais curto para a solução de um problema e como resolver um possível conflito dentro da cooperativa”, afirma Martins.
Ao unir todos esses pilares e oferecer uma rotina de trabalho voltada ao bem-estar tanto do cooperado quanto da comunidade é possível conquistar profissionais engajados na área. “Parte-se do pressuposto que todos os cooperados têm interesses em comum no exercício de determinada atividade. Assim, todas as vezes que o profissional da saúde prestar um serviço, ele buscará os melhores resultados e agregar mais valor e qualidade à cooperativa”, conclui Sentallin.

















