Ficar desempregado é uma situação complicada para qualquer profissional. Devido à crise econômica pela qual passa o País, essa se tornou a realidade de muita gente. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados através da pesquisa Pnad Contínua e divulgados em junho, 13,2 milhões de brasileiros terminaram o primeiro trimestre do ano desempregados.
Em função dessa conjuntura política e instabilidade econômica que o Brasil enfrenta, ter um fundo de emergência para lidar com uma possível demissão torna-se ainda mais importante. No entanto, nem todo mundo consegue se organizar para montar essa reserva. “Em tempos de crise, ninguém pode contar com estabilidade. Um planejamento das finanças é imprescindível para não ser surpreendido. Em uma demissão, pode-se contar com o FGTS, multa rescisória e seguro desemprego, por exemplo. Entretanto, isso pode não ser o suficiente para manter-se por muito tempo”, comenta a especialista em RH Sonia Garcia.
Em caso de demissão, é hora de repensar o seu estilo de vida
É sempre um susto receber a notícia de uma demissão inesperada. Entretanto, esse é o momento de manter a calma e começar a planejar os próximos meses. Não poder mais contar com uma renda fixa mensal significa rever todo o seu estilo de vida e enquadrá-lo à nova realidade, pelo menos por um tempo. O primeiro passo nessa situação é fazer uma análise das suas contas e saber quais são as dívidas com prioridade de pagamento.
Depois, faça um levantamento sobre quanto dinheiro tem em mãos, contando com o que recebeu na demissão, se for o caso. Com esse valor calculado, você conseguirá analisar por quanto tempo essa quantia será capaz de sustentar você e sua família. Aqui, é importante ser bastante realista e procurar formas de economizar enquanto busca se realocar no mercado de trabalho.
“Reflita sobre isso, procure por soluções e mantenha um acompanhamento constante de suas finanças para não perder as contas. Calcule em que quantidade você pode reduzir suas despesas mensais e quanto tempo a mais isso pode lhe dar de margem de segurança”, pontua Andrheya Dória, especialista em finanças.
Este é o momento de analisar a real necessidade de alguns produtos de consumo regular e hábitos que demandam gastos mensais. Pondere sobre a mensalidade da escola dos filhos e de uma possível troca de instituição de ensino, substitua mercadorias de marca por outros itens de mesma utilidade, porém mais ajustados ao orçamento, e evite saídas frequentes, como idas a restaurantes e passeios mais caros.
Também é importante manter um diálogo aberto com a família, para que todos analisem a situação e saibam como cada membro pode colaborar na redução de custos. “Além disso, o apoio psicológico e emocional para o membro da família que está sem emprego é muito importante. Quem está próximo deve demonstrar que é uma fase passageira e que tudo se normalizará. Todo tempo difícil tem fim e quanto mais a família estiver unida, para não deixar que a depressão ou baixa estima ocorram, melhor”, explica Garcia.

Reserva financeira: é fundamental construir uma o quanto antes
Passar por uma situação de desemprego é o pesadelo de todos que dependem da renda do trabalho. Ao se recolocar no mercado de trabalho, tenha como meta organizar uma reserva financeira para o caso de alguma situação inesperada.
Evite o uso de cartão de crédito, fuja das compras parceladas e não assuma novos compromissos financeiros enquanto está organizando a sua reserva. Desta forma, você evita o descontrole financeiro e cultiva o hábito de gastar o que é possível com o seu orçamento atual. Além disso, faça uma fotografia da sua vida financeira: gastos fixos e variáveis. Assim, você conseguirá cortar o que for desnecessário.
“Com algumas despesas cortadas e sobrando dinheiro por conta da priorização inteligente, já é possível poupar. Defina um valor fixo mensal ou um percentual da renda familiar para começar a guardar. Ainda que este valor seja pequeno, é importante realizar este passo para que a rotina do investimento seja estabelecida. No caso de uma reserva, o mais indicado é que você procure por investimentos com baixo risco e maior liquidez. Ou seja, que permitam que você tenha uma maior facilidade e velocidade de resgatar o dinheiro investido”, ressalta Dória.
Outra opção é também buscar alternativas que possam te ajudar em imprevistos. Para isso, existe o Seguro de Proteção Financeira e Familiar. Com ele, caso ocorra uma perda de renda por desemprego involuntário ou incapacidade física total e temporária do segurado titular, sua empresa terá a garantia do pagamento das mensalidades do plano de saúde, das mensalidades escolares ou, ainda, das prestações de empréstimo pessoal e/ou financiamentos, por um período previamente contratado.

















