O desejo de garantir um futuro melhor para os filhos leva muitos pais a juntarem dinheiro para que os pequenos desfrutem no futuro – seja para pagar a faculdade, um intercâmbio ou até mesmo comprar um carro. A boa notícia é que quanto mais tempo o dinheiro ficar investido, mais os juros ajudarão este dinheiro a crescer.
Antes de escolher um investimento adequado, é preciso definir um valor alvo – ou seja, quanto dinheiro você pretende acumular –, o que dependerá do objetivo deste montante. Usaremos como exemplo a conclusão da faculdade.
“Devemos identificar o custo médio anual da faculdade e curso desejado, somar alguns gastos complementares (como moradia, alimentação, materiais) e multiplicar por quatro, cinco ou mais vezes conforme a duração do curso desejado”, diz o planejador financeiro pessoal e sócio-fundador da Solution for Life, Marcelo Franciscon.
Por exemplo, definiu-se o custo mensal médio mensal de R$ 5 mil. Multiplicando este valor por 60 meses, chega-se ao valor de R$ 300 mil. O valor pode parecer alto, mas o tempo agirá ao seu favor. “Quanto maior o prazo para acumularmos recursos, menos esforços teremos que realizar e poderemos utilizar dos juros compostos das aplicações para nos ajudar.” Por isso, quanto antes você pensar nessa questão, melhor.
O próximo passo é considerar a rentabilidade real – ou seja, já com a inflação e Imposto de Renda deduzidos – de alguns investimentos.
“Uma vez que este conceito foi assimilado e temos o prazo definido para alcançarmos a meta, fazemos os cálculos das contribuições que serão necessárias, pois assim não ficamos à mercê da rentabilidade de nossas aplicações para alcançarmos nosso objetivo”, completa.
Como escolher um investimento para os filhos?
“Existem opções para todo tipo de perfil. Neste caso, consideramos o perfil dos pais, visto que eles que farão os aportes”, afirma o sócio-fundador da G3PO Consultoria e Investimentos, Giulianno Perri.
Por exemplo, pais de perfil conservador devem considerar majoritariamente aplicações de renda fixa, como Tesouro Direto, CDB, LCI, LCA e fundos de renda fixa. Já aqueles de perfil mais arrojado podem aportar parte dos recursos em renda variável, que inclui fundos os multimercado, imobiliário, ações e até mesmo ações na Bolsa de Valores.
“Se for uma aplicação de longo prazo para seus filhos, eu pensaria em uma mescla entre renda variável e renda fixa. Por exemplo, 30% em ações, 30% em fundos imobiliários e 40% no tesouro direto”, aconselha Perri.
É importante frisar que, se tratando de um objetivo de longo prazo – ou seja, o futuro dos seus filhos –, é interessante investir em títulos com vencimentos mais longos. Por exemplo, existem papéis de Tesouro IPCA+ com vencimento em 2035 e 2045, assim como CDBs com vencimento superior a 3 anos.
Além dessas opções, existe a previdência privada. “A ideia ao contratar um plano é acumular dinheiro para garantir a aposentadoria da sua família. No longo prazo, esses instrumentos possuem vantagens fiscais interessantes, que fazem bastante diferença quando falamos em 10, 20 ou 30 anos”, aponta Perri.
A escolha entre PGBL e VGBL dependerá de alguns fatores que você pode conferir aqui. Seja qual for sua escolha, você deve estar atento às taxas de carregamento e administração do seu plano para que elas não afetem a rentabilidade.
“A tabela de tributação chamada regressiva, ou definitiva, é recomendada para os investidores que permanecerão no plano por mais de 10 ou 15 anos, pois as alíquotas iniciam-se com 35% para resgates nos dois primeiros anos e chegam a 10% após o décimo ano”, completa Franciscon.
Caso vá investir no nome de seus filhos, lembre-se de que mesmo menores de idade precisam ter um CPF. “A partir daí, é possível abrir uma conta em uma corretora ou banco para começar a fazer investimentos. Pode-se optar por conta individual ou conjunta com um dos pais. Acredito que o segundo formato facilite as operações”, finaliza Perri.
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