O aniversário de 50 anos da marca Unimed é um marco para o cooperativismo brasileiro e na história da saúde suplementar. Com mais de 100 mil médicos cooperados e 18 milhões de beneficiários, o Sistema Unimed é hoje a maior rede de assistência médica do país.
Manter esse gigante em crescimento e fortalecer o cooperativismo são tarefas capitaneadas pela Unimed do Brasil, liderada pelo presidente, Orestes Pullin. Sua trajetória cooperativista teve início em 1980, apenas três anos após ter se formado em Medicina. O executivo ainda possui especialização em Cirurgia Geral e MBA em Gestão de Planos de Saúde.
Como gestor, foi diretor da Unimed Londrina, diretor de Mercado e Tecnologia (1998-2006) e presidente (2006-2014) da Unimed Paraná. Atuou também como vice-presidente da Unimed do Brasil (2013 – 2017), instituição da qual se tornou presidente em março deste ano.
Na conversa com a reportagem do portal Conexão Seguros, Pullin revelou o que pensa da saúde no Brasil, as expectativas para a Unimed e o papel social que a cooperativa possui, entre outros temas. Confira:
Qual a importância da Unimed para o cooperativismo no Brasil?
Hoje não consigo enxergar o setor de saúde sem as cooperativas. Elas passaram a ter um papel bastante significativo na atividade médica em boa parte do nosso país e deram estrutura para que fossem construídas unidades de saúde no interior, fixando também médicos nessas regiões.
Nesses 50 anos de existência, a Unimed contribuiu muito com o desenvolvimento da infraestrutura privada de saúde no Brasil. Tendo como base os princípios do cooperativismo, a marca Unimed surgiu em 18 de dezembro de 1967, incialmente com um grupo de 23 médicos, em Santos, no litoral de São Paulo. Hoje, o Sistema Unimed congrega 348 cooperativas presentes em 84% do território nacional, 114 mil médicos cooperados e cerca de 18 milhões de clientes, o que corresponde a uma participação de 37% no mercado de saúde suplementar em número de beneficiários.
Qual a função social da Unimed?
Para falar sobre isso, vou dar um exemplo. A Unimed Londrina, em que sou cooperado, pertence a nós, médicos da cidade. O recurso que a sociedade paga para que a cooperativa preste serviços de saúde fica na região. Isso faz com que as cidades cresçam e se desenvolvam.
Também existem os diversos programas sociais que a Unimed oferece espalhados pelo País, como programas voltados à terceira idade ou para formação de cuidadores, para citar apenas dois. Além disso, o Sistema Unimed movimenta a economia brasileira a partir da geração de empregos, contando atualmente com mais de 95 mil colaboradores.
Qual o segredo para manter uma cooperativa de sucesso por 50 anos?
Acho que o segredo é o modelo cooperativista. É desenvolver o que nós chamamos de conceito cooperativista, de participar da sociedade, desenvolver seus sócios e fazer com o que profissional médico se fixe na região onde ele atua. O próprio cooperado desenvolvendo sua habilidade profissional ancorado em seu trabalho na cooperativa é uma forma de manter nosso sucesso.
Tivemos também a consciência, ao longo desses 50 anos, de criar as Federações, ou seja, organismos estaduais que pudessem desenvolver o cooperativismo no nível de estado, assim como organismos nacionais, como é a Unimed do Brasil.
Não existe uma única razão, mas se tivesse que falar apenas uma, repito, diria que é por sermos uma cooperativa. Se fôssemos uma empresa comum provavelmente não teríamos sobrevivido tanto tempo.
Quais as maiores conquistas que a Unimed teve desde sua fundação?
Hoje temos cerca de 18 milhões de clientes e estamos muito à frente da segunda marca de planos de saúde no Brasil em número de beneficiários. Outra grande conquista é a quantidade de médicos que hoje têm sua vida construída ao lado das cooperativas: atualmente são mais de 114 mil médicos cooperados.
O que esperar da Unimed para os próximos anos?
Temos de olhar o futuro para saber para onde ele guia e para que possamos caminhar juntos. Com o modelo assistencial que defendemos, a Atenção Integral à Saúde, buscamos a sustentabilidade para os sistemas de saúde. Temos que praticar uma medicina focada na qualidade de vida das pessoas e estar mais próximo dos beneficiários, com incorporação tecnológica bastante crítica e revisão dos modelos de remuneração. Ou seja, temos enormes desafios pela frente para os próximos anos.
Qual mensagem o senhor deixaria para o presidente da Unimed daqui a 50 anos?
Eu diria que a administração e a construção de uma organização não acontece no período de quatro ou oito anos, ela é feita eternamente. Cada um que passa por aqui coloca seu tijolo, constrói um pedacinho. Obviamente que, daqui a 50 anos, eu espero que tenha alguém aqui que vai olhar para trás, assim como eu olho, para ver cada tijolinho que foi colocado ao longo do tempo e a importância que ele teve na construção desse projeto. Eu gostaria de ser lembrado daqui a 50 anos como o colocador de um desses tijolinhos.