A atividade econômica mundial continuou desacelerando no mês passado, o que tem levado as autoridades dos principais países a mudarem suas sinalizações.
Em primeiro lugar, membros do Banco Central Americano (FED) e Europeu (BCE) mostraram disposição para suportar a atividade das suas regiões. Isso significa que o FED não deve aumentar a taxa de juros nos próximos trimestres e que o BCE poderá injetar ainda mais moeda na economia. Além disso, os presidentes Donald Trump e Xi Jinping estão avançando nas negociações comerciais, o que poderá evitar novos aumentos de impostos de importação.
Essas novas intenções melhoraram sensivelmente as condições de crédito ao redor do mundo e, consequentemente, devem beneficiar a atividade global nos próximos meses.
Enquanto isso, no Brasil . . .
. . . a proposta de reforma da Previdência enviada ao Congresso Nacional no mês passado pode gerar uma economia de R$ 1,2 trilhão ao longo de dez anos. Na Câmara dos Deputados, a PEC precisará ser apreciada pela Comissão de Constituição e Justiça, pela Comissão Especial e, em seguida, pelo plenário. Depois, ainda precisa ser aprovada no Senado. Ou seja, ainda existe um longo caminho até a sua aprovação no segundo semestre.
Nesse contexto, a confiança dos empresários e consumidores continua melhorando, apenas gradualmente, e a atividade segue aquém do desejável. O compasso de espera pela aprovação da reforma pode postergar as decisões de investimentos das empresas e prejudicar (ainda mais) a aceleração do PIB real esperado para esse ano.
Figura. Confiança dos empresários e consumidores.

Fonte: FGV. Elaboração própria.
Menor expansão da atividade deve manter a inflação ligeiramente abaixo do centro da meta do Banco Central. Apesar disso, precisamos reconhecer que a inflação de alguns itens mais sensíveis ao ciclo econômico já estabilizou há alguns meses, mesmo com o fraco desempenho do produto interno. Assim, a taxa Selic deverá permanecer em 6,5% a.a. até o final do ano.
Enfim, a recuperação da atividade depende intrinsecamente da aprovação da reforma da Previdência. Considerando que a tramitação da reforma deve começar somente em março, o ano começará efetivamente depois do Carnaval. O noticiário dos próximos meses promete muita emoção, volatilidade e oportunidades para nossos investimentos. Prepare-se.