A tecnologia é, cada vez mais, uma aliada para segurança dos pacientes. Um exemplo disso é uma iniciativa inovadora da Microsoft e do Hospital 9 de Julho, em São Paulo, que faz uso da inteligência artificial para reduzir o risco de um problema comum: as quedas no leito.
Por meio de uma câmera instalada no quarto do paciente, computadores identificam movimentos associados a possível risco de queda, utilizando algoritmos de inteligência artificial e visão computacional.
“Quando situações de potencial risco são reconhecidas pela câmera, um alerta é emitido à equipe de enfermagem, que imediatamente vai até o quarto verificar o paciente”, explica Luiz Pires, diretor do Laboratório de Tecnologia Avançada da Microsoft Brasil.
Foi necessário um amplo estudo para que o computador inteligente pudesse identificar qualquer sinal de possível queda do paciente. “Coletamos mais de 1.600 cenas em 200 horas de gravação no hospital. No instante em que um dos movimentos de risco é reconhecido pelo sistema inteligente, um alerta é emitido por meio de uma rede de comunicação móvel semelhante à de um celular, que integra voz e mensagem de texto”, diz.
O sistema implantado pela Microsoft cobre 24 horas por dia os acontecimentos e possíveis riscos de queda no leito. No total, foram cerca de 100 voluntários, entre equipe médica e pacientes, que participaram da primeira fase de implantação da inteligência artificial. A novidade deverá ser instalada em todos os apartamentos de pacientes com risco de queda nos primeiros meses de 2018.
A Microsoft destaca que não é necessário alto investimento por parte da instituição de saúde para a obtenção desta tecnologia. “O sistema é baseado em câmeras comuns, de baixo custo, e não requer o uso de qualquer equipamento especializado. Nossa intenção é que o sistema desenvolvido em conjunto com o Hospital 9 de Julho seja disponibilizado para outras instituições de saúde”, explica Pires.
Apesar de ainda recente no Brasil, a inteligência artificial nas instituições de saúde caminha para ser parte importante do futuro na área. Pires defende que a tecnologia pode ser usada, futuramente, para a identificação de outras situações de risco ou de desconforto para os pacientes nos leitos.
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