O perfil de crescimento da população brasileira vem mudando a cada ano. Com menos nascimentos e um aumento na expectativa de vida, a pirâmide etária começa a mudar sua forma com maior representação entre as pessoas com mais de 60 anos. Com este novo perfil, o sistema de saúde, público e privado, precisa se adaptar a esta nova realidade para atender uma demanda cada vez maior de doenças ligadas ao envelhecimento e às novas formas de se aproximar e se comunicar com este paciente.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgado no primeiro semestre de 2018, o número de idosos aumentou em 4,8 milhões entre 2012 e 2017, totalizando 30,2 milhões de pessoas. Sendo que mais da metade destes idosos, 16,9 milhões (56%), são representadas pelas mulheres.
Com isso, a geriatria e gerontologia começam a ganhar mais importância desde a formação dos novos profissionais de saúde e também nas especializações. Fazer com que estes profissionais pensem e planejem como será o cuidado desta nova demanda de paciente é um dos desafios encarados pelo professor e médico,Renato Peixoto Veras, coordenador técnico do curso de pós-graduação de gerontologia e geriatria da Faculdade Unimed.
De acordo com o professor, o envelhecimento é um processo que vem ocorrendo em todo mundo e já era previsto há décadas. Com uma população que vive mais, doenças crônicas ligadas ao envelhecimento se tornam mais comuns e o debate sobre as consequências que ele acarreta para todo o sistema de saúde se torna ainda mais necessário.
“Fica claro que uma pessoa de 90 ou 100 anos, com um coração batendo 70 vezes por minuto, terá um coração muito mais fragilizado do que uma pessoa de 15, 20 ou 30 anos. Temos que entender que viver mais é uma grande conquista, mas a partir do momento em que isso acontece, precisamos de um outro olhar sobre as doenças crônicas”, destaca o professor.
As doenças crônicas, de acordo o com médico, não tem cura e algumas se manifestam a partir dos 45, 50 ou 60 anos, como é o caso da hipertensão, problemas nas articulações, visão ou audição. E outras em idades mais avançadas, como problemas cognitivos após os 80 anos. São quadros que precisaram de atenção durante toda a vida do paciente.

O médico listou quatro recomendações importantes para que os profissionais e o sistema de saúde se adequem o quanto antes às necessidades de atendimento da população idosa:
Formação: dois itens são necessários durante a forma. O primeiro é ensinar às equipes de saúde a noção e a importância do cuidado com a pessoa idosa. A outra é mostrar que existem um conjuntos de ações que levam até uma doença crônica. Se trata de um diagnóstico isolado.
Informação: cada vez mais é necessário um modelo assistencial em que se possa acessar todo o histórico de informações do paciente. Este histórico é imprescindível para conhecer as necessidades da pessoa.
Acompanhamento: implementar a ideia do médico e enfermeiro que fazem o tratamento e acompanham o paciente idoso de forma contínua.
Modelo Assistencial: é necessário criar um modelo centrado na pessoa e não mais permitir que ela procure especialistas sem orientação, ou que faça exames de forma desnecessária sem acompanhamento algum.
	    	
		    

















