Formar uma equipe em uma Instituição exige muito mais do que a contratação de colaboradores com habilidades técnicas. É preciso controlar a rotatividade de pessoas, o temido turnover, e garantir a qualidade do trabalho e atendimento ao público.
Para Vania Cardoso, especializada em gestão de clínicas, existe uma diferença fundamental entre “grupo” e “equipe”: o primeiro se caracteriza como pessoas que trabalham com suas metas individuais para alcançar o objetivo da área; na equipe, por sua vez, todos trabalham juntos com o mesmo foco. “Todas as metas e objetivos estão em comum. Existe interação, cooperação, divisão de tarefas e troca de conhecimento”, afirma.
Uma das grandes diferenças entre grupos e equipes é a postura do gestor, que precisa ser líder e não chefe. “O gestor tem que se sentir parte e não achar que ele é ‘dono’ do time. Se for necessário, vai executar qualquer tarefa operacional para ajudar a equipe. Trabalhar ao lado dos colaboradores em um mesmo propósito faz o resultado final ser maior”, pontua Vania.
A chave para ficar mais próximo de um acerto na contratação de novos colaboradores é a soma da análise técnica (experiências anteriores e formação), empatia do gestor pelo candidato (durante entrevistas e dinâmicas) e análise de objetivos. “O propósito dele precisa ir ao encontro com a empresa. É importante avaliar os dois lados, tanto o lado profissional-técnico quanto os objetivos pessoais, porque se a pessoa tiver a técnica e o propósito em comum, é muito mais fácil o líder desenvolvê-lo e retê-lo dentro da Instituição”, avalia.
Retenção de talentos
A retenção de talentos também é outro desafio para a formação de boas equipes. Em alguns casos, as clínicas não possuem grandes recursos financeiros para tornar postos de trabalho atrativos, o que pode influenciar no turnover. Para Vania, é fundamental a criação de valor para o colaborador. “Toda empresa visa à redução de custo, olhando para a folha de pagamento. Se você não tem um salário adequado ou uma proposta de trabalho interessante, fica difícil mantê-lo. O desafio é olhar os recursos humanos como um investimento para a empresa e não como uma despesa.”
Para isso, sugere o investimento em treinamento e capacitação, impactando na retenção do colaborador. “Se não há possibilidade de um salário ou bonificação maior, mas há possibilidade de crescimento, ele ficará motivado. Algumas empresas investem em treinamento nas primeiras semanas de trabalho, o que influencia na execução das tarefas. Quando isso não acontece é difícil cobrar o colaborador depois”, alerta.
Outro ponto destacado pela especialista é que, quando um colaborador recebe acolhimento e desenvolvimento profissional, por consequência, oferecerá bom atendimento ao cliente, garantindo a fidelização do público. “Muitas empresas ou até instituições de saúde investem altos valores em marketing e publicidade para atrair novos clientes e simplesmente esquecem os recursos humanos. Se o cliente tem uma experiência ruim, por um tratamento inadequado, o investimento será perdido”, conclui Vania.