Ainda pode melhorar, mas a modalidade está em crescimento e agrada médicos e pacientes
Em março de 2020, o mundo mudou. Foi quando a Organização Mundial da Saúde declarou a pandemia de COVID-19, precedido de medidas de distanciamento social em todo o mundo para prevenir as contaminações.
Com a #FicaEmCasa em alta nas redes sociais, o fechamento do comércio e serviços não-essenciais, a proibição de permanência em bares restaurantes e a adoção do home office por vários setores; clínicas, laboratórios e hospitais também tiveram que se adaptar para atender os pacientes – fossem casos de coronavírus ou não.
Para reduzir as chances de sobrecarregar o sistema de saúde e proporcionar segurança a qualquer um que precisasse de atendimento médico, a telemedicina foi a solução encontrada.
Em três meses, o serviço de teleorientação disponível 24 horas da Seguros Unimed registrou a resolução de 93% dos quase 10 mil casos recebidos. Apenas 6% precisaram ser encaminhados a um hospital, o que ajudou a minimizar a exposição dos pacientes ao novo coronavírus.
Como é feita a telemedicina
A telemedicina nada mais é do que o atendimento médico realizado à distância.
Munidos de um smartphone, tablet, notebook ou desktop conectados à Internet, os pacientes podem ter acesso a médicos e enfermeiros sem a necessidade de se deslocar até o local e enfrentar longas esperas.
É possível realizar o diagnóstico de doenças e fazer o acompanhamento do tratamento de forma tão eficiente quanto uma avaliação presencial, pois o exames físicos e complementares nem sempre são necessários.
Como funciona a telemedicina
Para o paciente, os serviços de telemedicina mais comuns são as consultas clínicas e as emergências médicas. Além disso, devido à pandemia de coronavírus, passaram a existir plantões específicos para lidar com casos suspeitos da doença.
O paciente que está precisando de atendimento médico pode agendar uma consulta à distância com um profissional que oferece o serviço.
Caso seja necessário um atendimento urgente, o usuário encontra uma espécie de pronto socorro virtual, no qual terá à disposição um médico que fará uma avaliação da doença em questão. Caso não seja possível resolver virtualmente, o paciente é encaminhado a um hospital pronto para lidar com a situação.
O paciente pode ser monitorado também à distância para acompanhar a evolução da doença e a resposta aos tratamentos e a equipe médica pode debater remotamente antes de tomar decisões nos casos de alta complexidade.
A telemedicina inclui, ainda, alguns serviços que não são percebidos pelos pacientes, mas que são essenciais para um bom atendimento médico, seja à distância ou presencial. É o caso da emissão de laudos e da teleducação para os profissionais.
Para que sejam obtidos bons resultados, é usado um conjunto de recursos tecnológicos integrados, como Big Data, Cloud Computing, Inteligência Artificial, entre outros.
Quais as vantagens da telemedicina
Em um período crítico como o que estamos vivendo, a telemedicina é uma das melhores maneiras de salvar vidas, pois seu principal benefício é prestar orientação aos pacientes em casa e a qualquer momento do dia.
Isso representa uma maior rapidez no diagnóstico e tratamento de patologias, o que evita sofrimento para o paciente, sobrecarga na capacidade dos serviços de saúde e altos custos.
Outro benefício da telemedicina é a acessibilidade. Com a saúde virtual, os médicos podem chegar a qualquer parte do país – o que é um ponto importante no Brasil, uma vez que das nossas 5500 cidades, cerca 2100 não têm médicos para a população.
Vale lembrar que mesmo nos atendimentos virtuais, prevalece a ética médica na relação médico-paciente, respeitando as vontades, necessidades e diversidades dos pacientes acima de qualquer outro fator.
A telemedicina assegura também a segurança de informações dos pacientes. As consultas podem ser gravadas e sempre ficam disponíveis no prontuário de forma confidencial, assim é possível conferi-lo sempre que preciso.
Veja também: O processo de incorporação de tecnologia no Brasil
Como está a telemedicina no Brasil
A telemedicina no mundo já é uma realidade, mas ainda engatinha no Brasil. Foi devido aos casos de coronavírus que essa modalidade começou a caminhar no país.
Aprovada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em 2002 com a emissão de laudos digitais, foi só em 2019 que a regulamentação para consultas online, telecirurgias e telediagnóstico foi sugerida pelo órgão.
Porém, até a eclosão da crise no país, os demais usos ainda não haviam sido liberados. Hoje, após aprovação do Senado e sanção presidencial em caráter emergencial, é possível realizar o atendimento pré-clínico, assistencial, consultas, monitoramento e diagnósticos de forma remota, mas o CFM ainda vai regulamentar a atividade.
Nesse momento, a tecnologia é uma aliada da saúde e tudo indica que ela veio para ficar, principalmente dada a expectativa da melhoria da infraestrutura de Internet com o 5G.
A tendência é que videoconferências entre centros hospitalares se tornem cada vez mais facilitadas, parcerias entre provedores de serviços e convênios se multipliquem e que mais e mais pessoas tenham oportunidade de acesso ao atendimento médico.
Embora ainda restem dúvidas sobre como funciona a telemedicina, principalmente devido à sua futura regulamentação, ela já tem a aprovação da equipe médica e dos pacientes e, muito em breve, será difícil se lembrar de um período em que não recorríamos a esta modalidade.