Nada mais importante para começar o dia com disposição do que uma boa noite de sono – ainda mais para quem trabalha em um ritmo agitado, como os profissionais da saúde. E um fator que pode ser determinante para alcançar um descanso realmente revigorante é a alimentação.
“Existe uma relação interdependente entre o tempo que dormimos e a forma como nos alimentamos. O sono é importante não só para descansarmos, mas também para a produção de hormônios que regulam e sinalizam a fome e a saciedade. Por outro lado, a alimentação e a atividade física auxiliam no repouso, de modo a regular a produção dos hormônios envolvidos no sono, como a melatonina, cortisol e serotonina”, explica a nutricionista e mestre em Ciências, Amanda Massi Soares.
Como isso influencia a produtividade
Em meio a uma intensa rotina de trabalho, pode ser difícil dar a atenção necessária aos hábitos alimentares e ao sono. No entanto, os estudos garantem: esse cuidado é essencial para garantir o bom desempenho das atividades.
“Todas as associações epidemiológicas realizadas e trabalhos científicos demonstraram que os hábitos alimentares saudáveis constituem a base para que profissionais possam ter capacidade cognitiva, de raciocínio e física para desenvolver o seu trabalho”, observa o médico nutrólogo e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), Durval Ribas Filho.
Assim, somente cultivando esses hábitos no dia a dia, é possível estar apto a desenvolver suas funções da melhor maneira possível e, o mais importante, sem riscos à própria saúde.
Para quem atua no período noturno, Amanda enfatiza que é ainda mais importante balancear o tipo de refeição, quantidade e frequência de alimentos. “A má alimentação pode gerar um ciclo no qual se dorme mal e, portanto, há a sensação de cansaço, geralmente amenizada por estimulantes, como cafeína. E, após cessado o efeito, é comum que esse ciclo se repita.”
O que comer (e o que evitar) para ter uma boa noite de sono
Como, então, ter hábitos alimentares que ajudam o corpo a descansar? A nutricionista explica que uma alimentação variada, com legumes, vegetais e frutas, fornece os nutrientes chamados de reguladores – que, justamente, regulam a produção dos hormônios do sono.
“Em casos de indivíduos que possuem insônia, alimentos já conhecidos, como o maracujá, a banana e as castanhas, auxiliam na produção destes hormônios e relaxamento para uma boa noite de sono”, completa.
Por outro lado, há aqueles que não são indicados no período noturno. Ribas Filho cita, por exemplo, os que estimulam o sistema nervoso central: como café, chá, guaraná e bebidas alcoólicas. Além disso, há também os ultraprocessados, que, apesar de mais rápidos e fáceis de consumir, tendem a alterar o estado de saciedade do corpo e, por isso, devem ser evitados.