Todos os dias, de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), 42 homens morrem por causa do câncer de próstata. Segundo principal tipo de neoplasia entre os homens e segunda maior causa de morte por câncer entre eles no país, a doença vai acometer em 2019 cerca de 68 mil pessoas, estima o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Apesar da gravidade, esse é um tema que ainda enfrenta muito preconceito, o que acaba retardando o diagnóstico e aumentando as chances de que a enfermidade seja descoberta em estágio avançado.
Se o câncer de próstata for descoberto em estágio inicial, tem até 90% de chances de cura. Contudo, uma pesquisa realizada pelo Instituto Lado a Lado pela Vida constata uma realidade que não favorece esse cenário: 59% dos entrevistados não costumam ir ao urologista regularmente. Preconceito, medo ou até mesmo descuido com a própria saúde são fatores que contribuem para isso. Durante todo o mês, a campanha Novembro Azul alerta para a necessidade de o homem ampliar o autocuidado.
Quando começar a se preocupar
Muitos deles não sabem, mas os homens devem procurar um profissional especializado para cuidar da própria saúde a partir da puberdade, recomenda a SBU. Quando se fala em cuidado relacionado ao câncer de próstata, esse olhar atento deve iniciar aos 50 anos, pois os tumores são mais frequentes a partir dessa faixa etária. A cada dez homens diagnosticados, nove têm mais de 55 anos no Brasil. A média de idade de quem desenvolve o tumor é de 69 anos. O câncer de próstata é uma doença relacionada ao envelhecimento masculino. A estimativa é de que um em cada seis homens vá tê-lo ao longo da vida. Caso o paciente seja obeso mórbido, da raça negra ou tenha parentes de primeiro grau com histórico da doença, o cuidado deve começar mais cedo, aos 45 anos. Isso porque nessa população o risco de contrair a doença é de três a dez vezes maior.
Como identificar os sintomas
O câncer de próstata é um tumor de crescimento lento, então pode levar anos até desenvolver sintomas específicos. Por isso, é importante frequentar um profissional de saúde e fazer o acompanhamento. Os sintomas iniciais podem ser diminuição do jato urinário, gotejamento após a micção e sensação de esvaziamento incompleto da bexiga. Há também outros como o aumento da frequência urinária, urgência miccional e incontinência. Sangue na urina, dor pélvica, inchaço nas pernas e na lombar podem significar que a doença já está em estágio mais avançado.
A importância dos exames
Não há um consenso sobre a necessidade ou não de rastreamento (incorporar os exames na rotina de autocuidado), que não é aconselhado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde, por exemplo. Já a SBU recomenda que os homens a partir dos 50 anos devem procurar profissionais para avaliação individualizada. O que se entende é que os exames devem ser realizados após uma decisão compartilhada entre os pacientes e os médicos, considerando os fatores de risco e os potenciais benefícios.
Para investigar os sinais e sintomas do câncer de próstata são feitos dois exames iniciais: o toque retal e o Antígeno Prostático Específico (PSA). O primeiro deles visa avaliar o tamanho, a forma e a textura da próstata. A importância dele é detectar endurecimentos e nódulos presentes. Já o PSA é um exame de sangue para medir a quantidade da proteína produzida pelo órgão, o Antígeno Prostático Específico. Níveis altos dessa proteína podem ser indício de câncer ou de outras doenças benignas. Para confirmar ou diagnosticar o câncer, é necessário realizar ainda uma biópsia, quando os exames anteriores apresentam alterações, no qual são retirados pedaços do órgão para análise em laboratório.
Depois do diagnóstico, o tratamento
Parte do medo que os homens costumam ter relacionados ao câncer de próstata está no tratamento e na possibilidade de ele interferir na frequência urinária e sobretudo na capacidade de ereção. Porém, cada vez mais os tratamentos têm evoluído no sentido de reduzir esses riscos. Atualmente o que se preconiza é identificar o tumor, a gravidade dele e avaliar a necessidade de tratá-lo. Isso porque alguns tumores de baixa agressividade não demandam tratamentos invasivos e podem ser acompanhados por anos pelos médicos, evitando tratamentos desnecessários que podem gerar outras complicações
O cuidado deve ser permanente
Apesar de novembro ser dedicado a lembrar da importância de estar alerta ao câncer de próstata, o cuidado do homem com a própria saúde deve ser permanente. O câncer de próstata é apenas uma das doenças que podem acometê-lo. O homem também precisa estar atento aos cuidados com a saúde mental, as infecções sexualmente transmissíveis, as doenças crônicas e os hábitos de vida, evitando o sedentarismo, o tabagismo e buscando uma alimentação saudável. A ideia é ir ao médico como uma rotina e não apenas diante de uma urgência ou de sintomas. Não à toa, o tema do Novembro Azul de 2019 é “Seja herói da sua saúde”. Previna e proteja-se!
Leia mais: