Uma nova geração de medicamentos vem sendo usada, nos últimos anos, para o tratamento de cânceres. Na chamada imunoterapia, as drogas fortalecem a capacidade do corpo de gerar uma resposta imunológica aos tumores. Nem todos os pacientes, porém, reagem ao tratamento da mesma forma: para alguns, a terapia traz pouco ou nenhum benefício.
Para identificar o motivo, pesquisadores da Universidade da Califórnia (UCLA) conduziram um estudo por dois anos. Eles analisaram o efeito de mutações genéticas em células de câncer de pele e realizaram biópsias em pessoas com estágios avançados de melanoma e câncer de cólon. Os pacientes receberam o medicamento pembrolizumabe, que age bloqueando o receptor da proteína de morte programada-1 (PD-1), o que potencializaria a resposta antitumoral dos linfócitos T. Com a análise, os cientistas descobriram que pessoas com mutações que levam à perda de função dos genes JAK1 ou JAK2 não se beneficiam da terapia com a droga. Isso ocorre porque a mutação impede que os tumores reconheçam ou recebam sinais de células T para cessar o seu crescimento. Além disso, a alteração leva o receptor PD-L1, biomarcador imunológico de células cancerosas, à perda de expressão reativa, o que também contribui para a falta de efetividade do tratamento.
Em estudo anterior, os pesquisadores da UCLA analisaram melanomas antes e depois da imunoterapia e descobriram que o tumor pode desenvolver resistência à medicação por causa da perda do gene B2M, que afeta o funcionamento do JAK1 e JAK2.
O pembrolizumabe foi aprovado pela Anvisa em outubro do ano passado para a indicação como monoterapia em pacientes com melanoma metastático ou irressecável.
A pesquisa foi publicada no Cancer Discovery, periódico da Associação Americana para a Pesquisa do Câncer.
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