Em 2019, a taxa Selic sofreu dois cortes. É o menor nível da série histórica iniciada em 1996. Diante desse cenário, surgem várias dúvidas sobre o impacto nos investimentos.
A Selic é a base de rendimentos dos títulos do Tesouro Direto, CDBs, LCIs, LCAs e outros investimentos em renda fixa. Com a redução, o investidor não perde dinheiro, mas terá uma rentabilidade menor. “Podemos afirmar que a manutenção desse patamar poderá causar uma mudança importante no apetite por risco do investidor”, diz Giácomo Diniz, professor de Economia do Ibmec- SP.
Os investidores podem continuar aplicando em renda fixa ou cogitar a renda variável, dependendo do perfil. Diniz ainda considera o Tesouro Selic uma alternativa para fazer a reserva de emergência e também recomenda os fundos imobiliários, considerados investimentos de renda variável em que o investidor compra uma cota do negócio. “Os proprietários de imóveis repassam os aluguéis aos seus cotistas e o rendimento é livre do imposto de renda”, explica.
“É importante salientar que o valor das cotas também oscila no pregão e os aluguéis dependem dos imóveis, mas comparados com as ações são muito mais previsíveis e por conta disso oferecem um menor risco”, completa. Por isso, é fundamental assegurar se o seu perfil de investidor é adequado para esse tipo de aplicação.
Para quem pretende continuar na renda fixa, é possível aplicar nos ativos atrelados à inflação, como o Tesouro IPCA ou para os investidores de perfil moderado, as debêntures – títulos de dívida emitidos por empresas – podem ser uma opção interessante para obter rentabilidade superior.
No caso dos investidores com perfil moderado que consideram embarcar na renda variável a dica é: cautela. “A incerteza associada às ações em momentos de volatilidade podem gerar um grande desconforto”, afirma Diniz.
Uma das possibilidades para ingressar na renda variável é a ETF (Exchange Traded Fund), que é uma cesta de ações com rentabilidade que espelha um índice. O mais comum no Brasil é o BOVA11, que acompanha o índice Ibovespa da Bolsa de Valores de São Paulo.
Com a possibilidade de um novo corte na taxa Selic até o fim do ano, é essencial conhecer os investimentos detalhadamente, por isso, pesquise e procure uma assessoria especializada para te auxiliar na escolha dos melhores investimentos e na diversificação do portfólio.
“É importante entender que não existem milagres, uma vez que a taxa Selic está mais baixa, a renda fixa também pagará menos juros. Para investidores mais moderados o ideal é começar a mixar a carteira com ativos de renda variável. Os fundos multimercados podem ser uma boa opção de entrada para esse mercado, mas para quem busca maior rentabilidade o movimento para ativos de renda variável é inevitável”, finaliza Daniela Casabona, sócia-diretora da FB Wealth e especialista em finanças pessoais.
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