Uma das estratégias básicas de inovação é compreender as necessidades e tendências do futuro. No caso da tecnologia, esse caminho de novas tendências vem sendo construído pelas mais diversas aplicabilidades da Internet das Coisas, representada pela sigla IoT (Internet of Things). Os equipamentos com uso de loT estão conectados a tudo e são adaptáveis as mais diversas funções conforme a necessidade e criatividade humana. No entanto, o mercado de tecnologia já avança mais um passo em direção à Edge Computing, que mudará a forma e a velocidade com que os dados são processados atualmente.
O termo pode ser traduzido como “computação de ponta” e faz referência aos dispositivos que têm a habilidade de fazer processamentos e análises avançados. A ponta, borda ou “edge” está relacionada a todos os dispositivos conectados à internet. De acordo com um artigo da multinacional Cisco, dos Estados Unidos, em um artigo produzido pela diretoria de arquitetura de vendas da empresa e publicado para a Tech Radar, a computação de ponta é um método para processar as informação que não estão na nuvem, mas nas bordas extremas da rede, o que permite a análise desses dados próximo a sua fonte.
Sua proposta se baseia, de forma resumida, em criar um mini data center que pode conectar e processar dados de todos os equipamentos próximos e diminuir a dependência de processamentos em nuvem. Isso pode ser feito conforme a escala da demanda. Para isso, estão sendo projetados equipamentos que consigam corresponder cada vez mais às necessidades desta ferramenta tecnológica, como data centers mais compactos, seguros e com mais capacidade de processamento.
E o que isso significa? Essencialmente, melhoria no tempo de processamento. Um smartphone, um GPS ou um aparelho hospitalar que necessite consultar dados da internet também precisa enviar e receber uma informação. Esse procedimento pode durar alguns segundos, talvez minutos, dependendo da conexão. Um tempo precioso que pode fazer a diferença entre a vida e a morte, eficiência ou falha. Num carro, o GPS pode demorar e fazer com que o motorista perca a rota mais rápida, no smartphone comumente vemos a dificuldade de processamento de dados que necessitam da rede e, no caso de um aparelho hospitalar, cada segundo na velocidade de processamento de dados pode ser crucial para salvar uma vida.

A Edge Computing propõe processar essas informações no próprio equipamento, diminuindo o caminho da informação para o usuário. A ponta, representada por esses aparelhos, é o ponto mais próximo do usuário. A ideia é que os equipamentos passarão a evoluir para depender cada vez menos do processamento em nuvem. A tendência é estratégica, pois de acordo com a empresa americana de financiamento em tecnologia, CB Insights, a previsão é de que até 2020, cada pessoa gere em média 1.5 gigabytes de informação por dia.
Ou seja, as inovações do IoT podem ser potencializadas por meio do desenvolvimento do Edge Computing.
Na área da saúde, este conceito já faz parte, de maneira inicial, do cotidiano de pacientes e médicos. As pessoas já se acostumaram a usar equipamentos off-line de monitoramento, como é caso dos medidores de glicose, verificadores de pressão, smartwatches, entre outros. Eles possibilitam que os médicos possam avaliar os dados do paciente no local em que estiverem sem a necessidade de conexão com a nuvem. Apenas utilizando os dados processados do aparelho e a capacidade interpretativa do profissional de saúde.
No entanto, o potencial da computação de ponta vai muito além desses aparelhos. Com um processamento local e mais rápido, dados de monitoramento de internação e gerenciamento de saúde poderiam aumentar a eficiência do atendimento em hospitais e clínicas.
A empresa CB Insights afirma que uma cama hospitalar tem em média mais de 20 dispositivos conectados, gerando dados de monitoramento continuamente. Aplicar a computação de ponta para o processamento destas informações significaria a independência da rede, mais segurança aos dados e velocidade de acesso para os profissionais de saúde.
A aplicabilidade desta inovação será ilimitada nos mais diversos ramos de gestão e produção não só na saúde, mas nos transportes, na indústria, agricultura, entre outros. Assim como as recentes revoluções tecnológicas dos últimos 30 anos, que passaram pela telefonia, internet, smartphones e internet das coisas, a Edge Computing também está passando por um processo evolutivo e acredita-se que em até cinco anos – ou menos –, ela já estará difundida nos mais diversos meios de produção.


















