
O aumento expressivo dos custos assistenciais pesa no bolso dos cidadãos, pois a sociedade é a única fonte pagadora dos sistemas de saúde público e privado. A afirmação é de Helton Freitas, presidente da Seguros Unimed. E essa conta, ressaltou, é um dos reflexos da judicialização da saúde no Brasil.
“Isso também resulta em planos de saúde mais caros, fazendo com que o mútuo (beneficiário no mutualismo) pague por um direito não estabelecido em contrato”, disse o dirigente, ao lembrar que as operadoras gastaram R$ 5,5 bilhões com procedimentos, tratamentos e medicamentos obtidos por meio de decisões judiciais somente em 2023.
Além disso, decisões regulatórias que não levam em conta o custo-benefício encarecem os planos e provocam prejuízo operacional coletivo para os planos de saúde. Entre 2021 e junho de 2023, o prejuízo foi de R$ 15,9 bilhões. Outro desafio é a melhoria da avaliação para a incorporação de novas tecnologias em saúde.
“Muitas vezes, tratamentos caríssimos, que custam milhões de reais, são aprovados e se tornam obrigatórios sem efetividade comprovada, com custo fora da possibilidade financeira das operadoras”, enfatizou o presidente da Seguradora, que citou, ainda, o aumento na frequência das terapias, sobretudo no Transtorno Global de Desenvolvimento (TGD).
Desde agosto de 2022, os planos de saúde são obrigados a cobrir sessões ilimitadas de fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia e terapia ocupacional. “A rede é insuficiente para atender a todos os pacientes de TEA/TGD; faltam profissionais realmente capacitados; há excesso de horas, e tratamentos ineficazes ou sem comprovação”, destacou.
Helton Freitas levantou esses pontos durante o 1º Encontro Unimed de Gestão em Saúde no Vale do Paraíba, promovido pela Unimed Pindamonhangaba, nos últimos dias 17 e 18. Na ocasião, o presidente da Seguros Unimed apresentou o tema “Mutualismo na Saúde Suplementar: desafios e contribuições coletivas para um futuro”.
	    	
		    
















