Como a participação do paciente e os novos modelos de cuidados podem influenciar o futuro da saúde suplementar no Brasil foi um dos temas discutidos em uma das mesas de argumentação do Congresso Internacional de Serviços de Saúde – CISS na tarde de quinta-feira, dia 23, no Expo Center Norte em São Paulo.
O evento, que é integrado à Hospitalar 2019, uma das principais do segmento, foi o ponto de encontro dos maiores especialistas nacionais e internacionais no assunto.
Para renovar o atual panorama do sistema de saúde brasileiro, a mudança de mentalidade é obrigatória. Para Helton Freitas, diretor-presidente da Seguros Unimed, deve-se discutir um novo modelo de pagamento que possa gerar eficiência e que o cuidado seja coordenado. “Há muita desconfiança no nosso setor entre diversos agentes e, com isso, boa parte dos recursos são consumidos em processos de verificação e auditoria, causando maior ponto de conflito entre operadoras e clientes. O que se espera é uma outra atitude na prática médica, que pode ser conquistada com novos modelos de remuneração e com isso, aumentar a qualificação de serviços prestados aos clientes”, ressaltou.
A importância da Atenção Primária à Saúde (APS) e o fortalecimento de outras plataformas também são alternativas eficazes para gerar uma melhor experiência. “A APS tem a virtude de organizar a atenção da saúde dos pacientes, portanto, todos os modelos mundiais de saúde que funcionam são baseados na APS.”Freitas ainda reforçou a funcionalidade de unir a saúde à era digital. “A proposta é investir no compartimento de informações entre médicos e pacientes e orientar os consumidores na escolha de aplicativos.”
Esses são exemplos de valores para elevar a saúde a um outro patamar. De acordo com Leandro Fonseca da Silva, diretor-presidente e diretor de Normas e Habilitação das Operadoras da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), é preciso ficar de olho na dinâmica competitiva que acaba provocando um resultado não desejado. “É fundamental mudar o padrão e direcionar o olhar além do volume e custos, como focar no tempo de duração de tratamento e a qualidade de vida do paciente.”
Essa competição ganha novos estímulos se aplicada uma estratégia diferente. “As operadoras necessitam impulsionar de forma contínua a melhora do cuidado na saúde e a remuneração dos prestadores deve ficar em função de resultados com valores agregados entregues”, enfatiza Fonseca.