A pandemia de covid-19, desde o começo, está afetando as pessoas de diferentes formas, com prejuízos à saúde mental e física, piora de controle de doenças pré-existentes, além do atraso de diagnósticos. Aos poucos, as consequências vão aparecendo.
De acordo com um relatório deste ano da Organização Mundial da Saúde (OMS), a pandemia está cobrando um enorme preço às condições mentais. Os casos de ansiedade e depressão aumentaram em mais de 25% em nível global, segundo os dados.
E, claro, todos esses sentimentos causam um impacto no corpo, principalmente pela liberação da noradrenalina e do cortisol. São essas substâncias que ativam a atenção, aumentam a pressão sanguínea e os batimentos cardíacos – como preparação para reagir.
Uma das partes que é afetada por esses gatilhos emocionais, como estresse, ansiedade, tensão, é o aparelho digestivo, que está intimamente ligado ao sistema nervoso. Não é incomum ouvir pessoas que ficam enjoadas ou sentem dor de barriga antes de um momento que gera muita ansiedade.
Outra doença comum do sistema gastrointestinal, que causa sintomas semelhantes aos da gastrite, é o refluxo gastroesofágico. O quadro faz com que ocorra o retorno do conteúdo gástrico para o esôfago, que não está preparado para receber substâncias ácidas.
O refluxo pode provocar diversos sintomas como:
- azia;
- queimação;
- desconforto na região do abdômen;
- dor no peito (pode até ser confundida com a dor de infarto do miocárdio);
- tosse seca;
- doenças pulmonares de repetição como pneumonias, bronquites e asma.
O diagnóstico de refluxo envolve histórico clínico e, em alguns casos, o exame de endoscopia, com visualização do esôfago. Para refluxos atípicos, existe a pesquisa de monitorizações de pHmetria e a impedâncio-pHmetria. No entanto, ambos exames são considerados invasivos e restritos a poucos locais que os realizam.
Uma opção, neste caso, é o teste da pepsina, que é considerado fácil de ser feito e de baixo risco. Inclusive, a Seguros Unimed oferece o teste para os seus clientes.
Entenda o exame de pepsina
Primeiro, é preciso entender o papel da pepsina no nosso corpo. Ela é uma enzima digestiva, secretada pelas células principais e ativada nas secreções gástricas ácidas. Quando há refluxo, a pepsina entra na cavidade oral e é misturada à saliva.
Inclusive, estudos demonstraram que os tecidos do esôfago e da garganta são sensíveis à pepsina, e uma pequena quantidade dela poderia causar inflamação na mucosa do esôfago e da garganta, ocasionando os sintomas.
Por isso, o teste de pepsina possui anticorpos antipepsina humanos sensíveis para a detecção da enzima na saliva. É um exame quantitativo que produz uma concentração específica de pepsina, que pode ser analisada da seguinte forma:
- Negativo: concentração de pepsina salivar de 75 ng/ L ou menos;
- Fraco positivo: concentração de pepsina salivar de 75–125 ng/mL;
- Médio positivo: concentração de pepsina salivar de 125–200 ng/mL;
- Forte positivo: concentração de pepsina salivar de 200 ng/mL ou mais.
Este nível de pepsina salivar pode distinguir o refluxo verdadeiro das doenças esofágicas sem refluxo, como esôfago hipersensível. No entanto, embora uma única detecção de pepsina salivar pela manhã seja mais acessível, a sensibilidade é muito baixa e é necessário realizá-la várias vezes ao dia.