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Varíola do macaco – Um novo desastre sanitário?

Gonzalo Vecina por Gonzalo Vecina
2 de junho de 2022
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VARÍOLA DO MACACO – UM NOVO DESASTRE SANITÁRIO?

VARÍOLA DO MACACO – UM NOVO DESASTRE SANITÁRIO?

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Tempo de leitura: 4 minutos(Atualizado em: 2 de junho de 2022)

A varíola é uma das doenças mais mortais que o homem já enfrentou. Disputa com a peste bubônica o primeiro lugar na lista das epidemias que mais causaram mortes na história. Sim, ambas perdem para a gripe espanhola, mas além da letalidade, tanto a varíola quanto a peste bubônica mudaram o curso da humanidade impactando o mundo que conhecemos hoje.

A varíola, oriunda provavelmente da Índia, foi usada como arma biológica na conquista da América pelos espanhóis. Na guerra dos ingleses contra os franceses e indígenas na disputa do território que hoje é os Estados Unidos, soldados distribuiam cobertores contaminados com pústulas da doença, causando a morte dos inimigos. Em guerras na Europa, soldados jogavam corpos de vítimas em cidades sitiadas.

Na história da medicina, foi a varíola que deu origem ao conceito de vacina, ainda no século XI na China, com a escarificação de pessoas usando secreções oriundas de feridas de pacientes, mas era um procedimento que tinha alguma letalidade. Em 1796, quando ainda nem se sabia da existência de microrganismos e muito menos de vírus, Edward Jenner observou que as mulheres que ordenhavam vacas e que já tinham pego a forma animal da varíola e que era benigna, não contraiam a forma humana, muito mais grave. 

Então, ele inoculou a secreção das feridas da mão de uma ordenhadeira chamada Sarah Nelmes, que tinha a doença (cowpox), em um menino saudável de 8 anos, James Phipps. O garoto teve uma forma branda de varíola e se curou. Seis semanas depois, Jenner inoculou o menino com secreção de varíola humana e o menino não desenvolveu a doença. Daí a origem em latim da palavra, vaccinus, de vacca (vaca).

A varíola era conhecida e temida como a doença da bexiga. Começava como uma gripe, evoluia com febre, dores, cansaço, sintomas respiratórios, enfartamento ganglionar (populares ínguas) e entre o sexto e o décimo dia, apareciam as lesões avermelhadas, que adquiriam a coloração amarela devido à presença de secreção purulenta. 

As vesículas estouravam, formavam feridas e após alguns dias secavam. Todo o corpo era tomado pelas bexigas e se a pessoa escapava da morte (ela tinha alta letalidade, cerca de 30%), geralmente ficava com a pele marcada pelas cicatrizes. Essa era a história da varíola major, existia uma mais branda, a minor ou alastrim com letalidade inferior a 1%.

Começo com essa história para compreender o medo da reintrodução dessa doença nos dias de hoje. Foi o primeiro vírus que o homem conseguiu erradicar graças à vacina e ao fato de ser uma doença sem reservatórios animais – não era uma zoonose. Foi erradicada no fim dos anos 70. Hoje só existem vírus guardados em dois ou três laboratórios militares de segurança máxima. Por que guardar o vírus, e em laboratórios militares? Para se defender dos que poderiam transformá-lo em arma biológica! O homem é o bicho do homem.

A varíola dos macacos

E agora estamos vendo surgir, no meio/fim da pandemia da covid-19, casos de uma doença que a maioria das pessoas não conheciam – monkeypox – a varíola do macaco. Hoje está presente em 12 países, com cerca de 92 casos confirmados e 240 suspeitos. A humanidade volta a ter pesadelos apesar da letalidade ser bem menor que a da varíola humana – se situa em torno de 1% para a variante da Nigéria e de 10% para a variante do Congo. O fato preocupante é a transmissão homem-homem, que foi o que ocorreu nos casos que estão em investigação na África.

Essa varíola já era conhecida dos cientistas. Foi descrita em 1958 como uma zoonose presente em ratos e macacos, é frequente e endêmica na África ocidental (Nigéria e proximidades) e na África central (Congo e proximidades), provavelmente os ratos são o reservatório original. Devido aos hábitos alimentares dos habitantes locais que usam o macaco como alimento, a partir de 1970, foram descritos os primeiros casos de varíola dos macacos em humanos. 

Passou-se a considerar a doença como uma endemia africana e foram noticiados casos de transmissão entre humanos. Ocorreram alguns episódios de exportação de animais contaminados que infectaram humanos no mundo. Mas a doença tem infectividade baixa e exige um contato mais prolongado para se disseminar e assim esses eventos não causaram muita surpresa.

Mas, de repente, tivemos um número muito grande de casos espalhados por 12 países, simultaneamente a algo que parece ser um momento mais favorável da pandemia da covid. 

O vírus dos macacos é um vírus da mesma família do vírus humano. Um DNA vírus da família Orthopoxvirus. Um vírus grande e complexo, que tem poucas mutações. O período de incubação varia entre 5 e 10 dias, podendo chegar a 20 dias e a história é semelhante à da varíola humana, mas com uma capacidade de transmissão entre humanos mais baixa. Exige um contato mais prolongado e também pode ser disseminado por gotículas de água da respiração (não aerossóis).

Na Europa, uma fábrica dinamarquesa (Bavarian Nordic) desenvolveu há alguns anos uma vacina de vírus atenuado contra a varíola humana – Jynneos –, que deve ser aplicada em duas doses, com intervalo de 4 semanas, sua eficácia é de 85%. Esse desenvolvimento foi motivado pela necessidade de produzir uma defesa contra o uso em uma guerra em que o vírus da varíola fosse usado como arma. E também devido ao fato de que a vacina anterior, que foi usada para erradicar a doença, era uma vacina com muitos eventos colaterais. Essa vacina nova também protege contra a varíola dos macacos. Talvez pessoas vacinadas até o fim dos anos 70 possam estar protegidas contra a atual doença.

Quando se contrai a doença, a vacina pode ser usada terapeuticamente, além de alguns antivirais (cidofovir, brincidofovir e tecovirimat). 

Uma questão a mais a ser considerada é que os casos em investigação no mundo são de homens envolvidos com sexo entre homens. Aqui é importante realçar que não se trata de uma doença sexualmente transmissível e sim de uma enfermidade que se dissemina pelo contato. Não pelo ato sexual.

Em resumo, é uma doença conhecida, com vacina (ainda que com baixa produção, mas eficaz), que é tratável com medicamentos específicos e que tem baixa capacidade de infectividade. A proteção se dá com medidas como o uso de máscaras, o isolamento do paciente e a vacinação dos profissionais de saúde envolvidos no cuidado. Por ser um vírus grande, será mais difícil sofrer mutações, embora possam ocorrer, mas não será como um Sars-CoV-2. Assim temos uma situação que deve preocupar o mundo, mas dificilmente vai se transformar em um problema como a atual pandemia. 

Com certeza, ela não será um problema mundial se o mundo resolver ajudar a África a conter a endemia, oferecendo vacinas às pessoas que moram nas áreas endêmicas. Não é um problema africano, é um problema do mundo e é dessa maneira que temos que ver as próximas ameaças microbiológicas. Todos somos responsáveis.

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Tags: endemiaGonzalo VecinaPandemiaSaúdeVacinasvaríolavaríola do macaco
Gonzalo Vecina

Gonzalo Vecina

Médico formado na FM Jundiaí em 1977, mestre em Administração pela EAESP/FGV em 1986. Professor assistente da FSP/USP desde 1988. Fundador e presidente da Anvisa de 1999 até 2003. Secretário municipal de Saúde de São Paulo em 2003/2004. CEO do Hospital Sírio-Libanês de 09/2007 até 01/2016. Atualmente, dedica-se a atividades docentes na USP, no mestrado profissional da FGV e participa de alguns conselhos – Conselho Consultivo da Cristália, do Horas da Vida, da Fundação Faculdade de Medicina da USP, Conselho da Fundação José Luiz Egydio Setúbal. Coautor, com Ana Malik, do livro Gestão em Saúde, da editora GEN, já na segunda edição. Participa de palestras e consultorias sobre gestão em saúde e P&D&I.

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