No momento em que o mundo inteiro enfrenta uma pandemia devido ao coronavírus, a telemedicina está em pauta mais do que nunca. Por meio da portaria nº 467, o Ministério da Saúde autorizou que médicos exerçam diversas ações à distância enquanto durar a pandemia.
O documento contempla o atendimento pré-clínico, de suporte assistencial, de consulta, monitoramento e diagnóstico tanto no âmbito do SUS, como na saúde suplementar e privada.
A comunicação entre médicos e pacientes via computadores, tablets ou smartphones precisa ter seu sigilo de informações garantido, de acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM). Além disso, o atendimento à distância também deve ser registrado em prontuário médico. Ou seja: devem ser obedecidos os padrões éticos e resoluções que regulamentam a medicina. Portanto, a consulta remota em nada difere da tradicional.
Mas há alguns detalhes a serem observados. De acordo com dados divulgados no Global Summit Telemedicine & Digital Health, em evento promovido pela Associação Paulista de Medicina no ano passado, mais de 80% dos profissionais da saúde aprovam o uso de aplicativos de mensagens. Os populares WhatsApp e Skype, por exemplo, podem ser usados nas teleconsultas, mas na hora de transmitir receituários médicos é obrigatório ter uma assinatura digital certificada, recurso que evita fraudes e reforça a segurança para médicos e pacientes.
Veja algumas dicas para ajudar você a trabalhar com teleconsultas:
Conexão: prepare o ambiente para ter uma boa infraestrutura de rede de telefonia que permita também conexão por vídeo. Não é obrigatório gravar a consulta, mas pode ser prático e seguro para o profissional manter o arquivo entre seus documentos.
Local: opte por um espaço bem iluminado e calmo. Peça o mesmo para o paciente. Tenha conforto para conversar e tomar nota das informações transmitidas pelo paciente.
Confirmação de dados: se for a primeira consulta, apresente-se, solicite a confirmação das informações do paciente e ofereça a ele a opção de ter um acompanhante.
Condução da consulta: escute as queixas, observe atentamente as imagens pela câmera, acesse exames, troque ideias e pergunte tudo o que for necessário para dirimir dúvidas.
Certificado digital: para emitir atestados, exames ou prescrever medicamentos, o médico deve ter uma assinatura digital certificada. Nada mais é do que um atestado de autenticidade (semelhante ao exigido no momento do envio de imposto de renda). Na prescrição, além do CRM, constará a identificação do paciente, data e hora da consulta.
Encerramento: deixe um canal para ser contatado em caso de intercorrências ou dúvidas. A comunicação franca é a melhor maneira de chegar ao diagnóstico correto e à cura.
No site da Imprensa Nacional é possível ler a íntegra da portaria nº 467, de 20 de março de 2020, que trata da telemedicina no período do novo coronavírus.