O ambiente odontológico é um local de alto risco de contaminação. Atualmente temos um grande desafio por conta do vírus da covid-19. Dessa forma, é primordial o controle dos riscos de infecção através dos processos de esterilização. A esterilização dos materiais odontológicos é um processo obrigatório e regulamentado pelo Manual de Normas Técnicas em Biossegurança (1997) para serviços em Odontologia.
A esterilização de materiais odontológicos é o método pelo qual os microrganismos são destruídos de todas as formas de micro-organismos presentes, quer sejam vírus, bactérias, fungos, protozoários ou esporos, para um aceitável nível de segurança. Os equipamentos comumente usados para a esterilização dos materiais são a estufa e a autoclave. No Brasil, a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) definiu que o serviço odontológico deve realizar esterilização a partir do método físico, por meio da AUTOCLAVE. Para os materiais termos sensíveis, que não podem ser esterilizados por esses equipamentos utiliza-se agentes químicos como o glutaraldeído e o álcool 70%.
Segundo norma do Centro de Vigilância Sanitária de São Paulo (COVISA-SP) todo serviço odontológico deve ter um espaço definido ao reprocessamento dos instrumentais que conste:
- pia exclusiva para lavagem de instrumental,
- bancada para secar, embalar,
- aparelho esterilizador
- gavetas e/ou armários para o acondicionamento dos instrumentais estéreis.
Este espaço é denominado Central de Esterilização onde os artigos a serem reprocessados seguem caminho passo-a-passo sem retorno ou etapas negligenciadas. Didaticamente, divide-se em seis partes:
- Pré-lavagem – os instrumentais com resto de matéria orgânica ou sujeira recebem uma limpeza por fricção mecânica e água corrente, imersão em solução desinfetante.
- Lavagem – é a lavagem propriamente dita de forma manual por fricção mecânica (com escova, esponja ou pano), água e sabão; automatizada ou por lavagem ultrassônica, feita com desincrustantes.
- Secagem / Inspeção visual – a secagem diminui a umidade dos materiais após a lavagem. Pode ser escolhida pano seco e limpo, secadora de ar quente/frio, estufa, ou câmara de ar comprimido.
- Barreira (Embalagem) – os materiais usados como barreira na esterilização são termo resistentes e ajudam na manutenção da integridade dos equipamentos, como o papel crepado e o papel grau cirúrgico.
- Esterilização / Monitoração da Esterilização e Acondicionamento – a esterilização em si ocorre com a utilização de técnicas químicas, físicas ou físico-químicas.
A segurança do processo de esterilização depende de todas as fases da preparação. Mas pode ocorrer a sobrevivência de algum micro-organismos ao processo de esterilização por falhas humanas (limpeza e preparo inadequado do material) ou mecânicas (falta de manutenção e falhas nos equipamentos). Para isso a monitoração é realizada por indicadores.
Esses indicadores analisam a presença dos parâmetros críticos da esterilização a vapor (tempo, temperatura e presença de vapor) e, após esterilizados, sofrem uma alteração em sua coloração. Todos os resultados da monitoração devem ser arquivados em pastas e/ou cadernos específicos para esse fim e servem como documentos legais de controle de Esterilização.