O avanço das campanhas de imunização promove uma injeção de ânimo pelo mundo.
A Itália, um dos países mais castigados pela pandemia, atualmente (julho de 2021) tem cerca de 57% da população maior de 12 anos totalmente vacinada. Com o controle de casos de contágio, autorizou a reabertura de bares, restaurantes, cinemas e academias (o uso de máscaras ainda é obrigatório em locais públicos fechados, inclusive ônibus e metrôs).
Um relatório recente do governo italiano apontou que 99% das pessoas que morreram de covid-19 entre fevereiro e julho de 2021 no país não tinham sido completamente vacinadas. O estudo analisou casos de 127.044 pessoas, a maioria idosa, grupo mais vulnerável e que teve prioridade na imunização. Dados do ISS, órgão de saúde pública do país, também indicaram que, de maneira geral, as vacinas oferecem proteção superior a 70% para prevenção de casos graves com apenas uma dose e mais de 88% de proteção aos que foram totalmente vacinados.
Embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) tenha declarado, em abril de 2021, que a pandemia ainda está longe de acabar, as campanhas em massa, em alguns países, comprovam o efeito benéfico dos imunizantes para desacelerar contágios e mortes.
Outro estudo, desta vez realizado pelo Public Health England (PHE), agência ligada ao sistema de saúde inglês, indica que 10.400 mortes foram evitadas de dezembro de 2020 até março de 2021 como resultado da vacinação contra a covid-19. “O verdadeiro valor das vacinas pode estar na possibilidade de evitar mortes futuras, se houver um ressurgimento de covid-19 no Reino Unido”, diz o documento.
Estudos de vacinas comprovam anticorpos
No Reino Unido, um trabalho conduzido por pesquisadores da University College London (UCL), anunciado em maio, revelou que mais de nove em cada 10 adultos no Reino Unido que foram vacinados produziram anticorpos contra o vírus um mês após a primeira dose (os imunizantes estudados eram Pfizer e AstraZeneca).
“Este é um dos primeiros estudos de vacinas do mundo real no Reino Unido e é uma notícia fantástica”, disse Maddie Shrotri, uma das autoras do estudo. Mais uma descoberta da pesquisa da UCL coincide com o que foi observado em outros países. “Os dados mostram que, para adultos mais velhos e pessoas com problemas de saúde subjacentes, a resposta do anticorpo é um pouco mais fraca após a primeira dose da vacina, porém se fortalece após a segunda dose”, afirmou outro membro da universidade, Rob Aldridge, em entrevista ao jornal The Guardian.
Ciência e saúde
A pandemia exigiu aceleração inédita de processos de pesquisa e produção de vacinas.
A cada dia, autoridades sanitárias divulgam números que demonstram a eficácia da imunização em massa para reduzir a transmissão da covid-19 e prevenir o agravamento da doença.
Em Serrana, município que faz parte da região metropolitana de Ribeirão Preto, em São Paulo, um experimento realizado pelo Instituto Butantã – inédito no mundo, segundo os pesquisadores – comprovou queda de 95% das mortes de covid-19 depois que quase todos os adultos da cidade foram vacinados (os testes foram feitos com a CoronaVac).
A covid-19 ainda gera muitas dúvidas, especialmente com o surgimento de novas cepas do coronavírus, mas as evidências dos benefícios da imunização, demonstradas em países como Israel, Estados Unidos e Austrália, além do Reino Unido, Itália e Dubai (Emirados Árabes) e da pequena cidade paulista, sinalizam a direção para o recuo da pandemia.
Imunização de médicos
Segundo dados obtidos pelo Seguro de Vida da Seguros Unimed, entre segurados, em sua maioria médicos, um dos grupos prioritários e que foi vacinado precocemente, houve uma menor taxa de contágio pelo Sars-Cov2. Entre os casos confirmados de covid-19, 17% foram referentes a profissionais de saúde e 83% dos atingidos pela doença trabalhavam em outros setores. O resultado da pesquisa da Seguros Unimed vai ao encontro das demais estimativas: a imunização faz a diferença para preservar vidas.
Conheça aqui a linha do tempo das vacinas. São três séculos de história da maior conquista da Medicina: desde o anúncio da criação do imunizante contra a varíola, em 1798, até o desenvolvimento das vacinas contra a covid-19.