O Brasil está envelhecendo. O declínio da taxa de fecundidade associado à expansão da expectativa de vida levará o País, nas próximas duas décadas, a ter mais idosos do que crianças vivendo em seu território. Até 2060, a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de que a cada quatro brasileiros um será idoso. Se a atual expectativa de vida é de 72 anos para os homens e 79 para as mulheres, até lá será de 77 para eles e 84 para elas. Essa nova realidade amplia as fronteiras do que se conhece por “terceira idade” e requer novas formas de pensar a saúde e o entretenimento, com foco na promoção da qualidade de vida.
A partir de 2039, haverá mais idosos do que crianças vivendo no Brasil, evidência de uma trajetória de envelhecimento populacional que se percebe mais real a cada ano que passa. Em 2010, a porcentagem da população com 65 anos ou mais não ultrapassava os 7,3%. Em 2034, será o dobro disso. Voltando ainda mais no tempo, a mudança demográfica é ainda mais visível. Em 1945, a expectativa de vida no País era de 43 anos. O crescimento da população idosa converge com a busca por um envelhecimento saudável, tema que será discutido durante o Congresso da Longevidade Seguros Unimed, realizado entre o fim de setembro e o início de outubro, dentro do Longevidade Expo + Fórum.
Os idosos do século 21 são pessoas ativas, que consomem, estão no mercado de trabalho e são muitas vezes responsáveis pelo sustento da família. Quando questionados, eles afirmam que o que mais querem é estar com a saúde equilibrada e ter tempo para desfrutar de bons momentos. Portanto, a sociedade precisa se preparar para acolhê-los. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) as mudanças necessárias são três: tornar as cidades amigáveis às pessoas mais velhas; realinhar os sistemas de saúde às necessidades do idoso e desenvolver sistemas de cuidado de longo prazo, que possam reduzir o uso inadequado dos serviços de saúde.
Nesse sentido, o papel dos cuidados primários e dos profissionais de saúde comunitários é essencial para a OMS. Segundo as novas diretrizes da organização para o cuidado integral da pessoa idosa, esses serviços devem ter como meta prevenir, diminuir ou reverter os declínios nas capacidades físicas e mentais do idoso. Isso pode ser feito por meio de avaliação integral e da criação de um plano de cuidados, o que exige uma melhor integração dos profissionais da saúde e prestadores de serviço na área.
A saúde em dia retroalimenta outras áreas do envelhecimento ativo e pode proporcionar às pessoas um melhor manejo do tempo livre e novas formas de se entreter. Para isso, a tendência é desconstruir mitos, como o de que a velhice é um momento de descanso, e pensar que os idosos têm direito a eleger o estilo de vida que mais se aplica à realidade deles. Cabe à sociedade criar entornos favoráveis para promover a dignidade, a autonomia e o crescimento pessoal continuado dessas pessoas.
Entre as atividades preferidas dos idosos, estão a caminhada na praia ou parques, assistir televisão e viajar. Sete em cada dez deles também gostam de realizar alguma atividade que desafie o cérebro, como a leitura. Inseridos no mundo digital, eles também são o grupo que mais cresce entre os usuários da internet. Entre 2016 e 2017, de acordo com o recorte de Tecnologia da Comunicação e Informação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), a quantidade de pessoas idosas usando a internet aumentou em 25,9%.
Congresso de Longevidade
Esse assunto será abordado no Congresso de Longevidade Seguros Unimed, que ocorre em 30 de setembro e 1º de outubro, no Expo Center Norte, em São Paulo, e vai compor o Longevidade Expo+Fórum. Serão sete painéis, com capacidade para 400 pessoas. A programação pode ser conferida e a inscrição pode ser feita neste link: https://longevidade.com.br/forum.html.
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