Aproximadamente 81 milhões de brasileiros serão beneficiados com o pagamento do 13° salário, segundo o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Geralmente, a renda extra é utilizada para quitar dívidas, planejar uma viagem de férias ou comprar os presentes de Natal. No entanto, essa pode ser uma boa oportunidade para investir na aposentadoria. O momento é importante: após a aprovação da reforma da Previdência, o planejamento para o futuro torna-se ainda mais importante.
Para muitas pessoas, o benefício do INSS é insuficiente para custear o padrão de vida e, em razão disso, alguns aposentados continuam trabalhando para complementar a renda. “Investir o 13º salário com foco no futuro é uma excelente opção e que traz a disciplina necessária para seguir um objetivo de longo prazo, como ter uma aposentadoria financeiramente tranquila”, Ana Carolina Ramos, superintendente da Unicred Central Multirregional.
O planejamento para a aposentadoria acompanha duas questões fundamentais: quando pretende se aposentar e quanto deseja receber, segundo Caio Henrique Alberconi, planejador financeiro da Par Mais. “Com essas respostas, o investidor já consegue fazer algumas simulações do quanto precisar acumular ou ter guardado até a data em que pretende se aposentar e, dessa forma, o quanto precisaria poupar mensalmente”, explica.
O investidor pode utilizar o 13° como aporte inicial para a previdência, mas é importante manter aplicações regulares. Vale destacar que quanto antes começar, melhor serão os rendimentos no futuro. Outra vantagem, é começar a poupar cedo para não pesar no bolso.
Existem duas opções de previdência privada: o PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres) que é indicado para quem faz a declaração completa do Imposto de Renda e o VGBL ( Vida Gerador de Benefício Livre) para as pessoas que fazem a declaração simplificada.
No PGBL, o imposto de renda será descontado do valor investido e o contribuinte pode abater até 12% da renda bruta anual na declaração do IR.
Já no VGBL, o IR incide sobre os rendimentos e não sobre o valor total do resgate.
Os modelos de tributação merecem uma atenção especial do investidor. Na tabela regressiva, a alíquota do imposto de renda começa com 35% nos primeiros anos e vai reduzindo até chegar em 10%. Portanto, quanto mais tempo você deixar o dinheiro, menor será o valor da tributação.
Até 2 anos (alíquota de 35% ao ano)
2 a 4 anos (30%)
4 a 6 anos (25%)
6 a 8 anos (20%)
8 a 10 (15%)
Mais de 10 anos (10%)
Na tabela progressiva, o IR será calculado com base na sua renda e a alíquota pode variar entre 0% a 27,5%. Vale lembrar que, caso o investidor mude de ideia, é possível fazer a portabilidade do modelo para o regressivo.
“Se você já tem seu plano definido e o valor que precisa poupar mensalmente para o futuro, poderá definir quanto do seu 13º utilizar para a previdência. Se você já tem uma previdência contratada e conseguiu cumprir seu plano de poupar e aplicar mensalmente, poderá ter a tranquilidade de definir se vai utilizar o 13º para aumentar esse valor acumulado e assim ter uma renda um pouco maior na aposentadoria”, diz.
Investimentos para a aposentadoria são pensados para o longo prazo e além da Previdência Privada, existem várias opções para diversificar a carteira e melhorar os rendimentos no futuro.
De acordo com Alberconi, o investidor deve levar três aspectos em consideração antes de aplicar seu dinheiro: retorno, risco e liquidez do investimento. Ele conta que a alternativa mais comum são os fundos de investimentos, que reúnem os recursos de vários cotistas para investir em determinados ativos.
Fundos de investimento funcionam como um condomínio, em que os cotistas dividem os custos – taxas de administração e gestão – e benefícios. Todo fundo tem um gestor que é responsável por comprar e monitorar a rentabilidade dos investimentos. Os retornos são proporcionalmente compartilhados entre os cotistas.
“Existem fundos de investimentos adequados para cada perfil de investidor. Pensando na aposentadoria dá para arriscar um pouco mais, desde que você assuma esse risco de forma consciente”, finaliza.
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