A comunicação de uma cooperativa é um desafio constante. Isso porque, além de falar sobre seus produtos e serviços, é importante difundir valores próprios do cooperativismo, como o desenvolvimento local e sustentável.
O CONEXÃO conversou com os responsáveis pela comunicação de cooperativas brasileiras. Veja o que eles apontaram como essencial para desenvolver estratégias de comunicação efetivas e alinhadas ao propósito do cooperativismo.
Plano de ação casado
Toda cooperativa necessita de um bom planejamento de comunicação para se relacionar com clientes, fornecedores, parceiros e cooperados. Porém, no caso de cooperativas unidas sob uma mesma marca, o plano precisa também levar em conta uma visão macro, alinhada com as diretrizes nacionais.
“Temos como objetivo estar alinhados às diretrizes da marca, fazendo campanhas que passem mensagens boas e criativas que engajem o público-alvo. Na Unimed, a Central da Marca nos norteia para uma comunicação alinhada e forte”, explica Telmo Ponsi, líder de marketing da Unimed Itapetininga (SP) .
Liberdade para agir localmente
Mesmo alinhada às diretrizes nacionais, é crucial que cada cooperativa tenha autonomia para trabalhar diferentes públicos, estratégias e conceitos em suas campanhas – afinal, a identidade da instituição está intrinsecamente ligada aos seus públicos próximos e também à comunidade.
No Sicredi, a comunicação é feita em três níveis: local (cooperativa), regional (centrais) e sistêmico (nacional). “A boa gestão de comunicação e marketing traz benefícios diretos, como maior engajamento dos públicos de interesse com a marca, contribuindo para a geração de negócios e para a sustentabilidade em longo prazo. A comunicação tem papel fundamental no objetivo de transmitir com clareza os valores e o propósito da instituição, assim como contribuir para o alcance dos objetivos estratégicos”, destaca Ana Paula Cossermelli, superintendente de Comunicação e Marketing do Sicredi
Pensando no público interno
Na difusão do cooperativismo, o público interno é um dos mais importantes: é ele quem levanta a bandeira da instituição e faz com que os valores cooperativistas estejam presentes no dia a dia das atividades. Por isso, a comunicação com o colaborador é também estratégica.
Um exemplo nessa direção é a iniciativa da Central Nacional das Unimeds (CNU), para fortalecer o relacionamento internamente, a instituição transformou a sua intranet em uma espécie de “Facebook corporativo”. Agora as notícias são postadas no espaço, e todos os 1.500 colaboradores conseguem compartilhar, curtir e comentar os posts.
“A antiga intranet ficava parada, quase ninguém se interessava. Com essa mudança conseguimos inserir um ambiente de mídias sociais, então todos escrevem, curtem e interagem com as postagens”, explica a coordenadora de comunicação da CNU, Larissa Errerias.
Colaboração entre cooperativas
Pouco adianta existir uma comunicação alinhada nacionalmente se as cooperativas não interagirem umas com as outras. A troca de experiências pode ser feita com eventos, treinamentos e outros modelos de parceria que possibilitem a troca de ideias.
“É importante que haja a troca de experiências entre as cooperativas porque cada uma possui criações próprias. Esse fator contribui para deixar a comunicação mais padronizada, mesmo que em diferentes tipos de comunicação e para públicos nem sempre iguais”, explica Errerias.